Dados do Trabalho
TÍTULO
Ansiedade materna na pandemia de COVID-19 no Brasil em gestantes sem comorbidades - Estudo BrAPS-COVID: Brazilian Anxiety during Pregnancy Study group in COVID-19
OBJETIVO
Verificar a ansiedade materna em gestantes sem comorbidades no contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil e estudar o conhecimento e as preocupações maternas sobre a pandemia.
MÉTODOS
Trata-se de análise secundária de um estudo prospectivo, transversal multicêntrico nacional realizado em 10 cidades, entre 1º de junho e 31 de agosto de 2020, no Brasil. Mulheres no pós-parto foram entrevistadas e as sem comorbidades foram incluídas nesta subanálise. As entrevistas foram face a face utilizando questionário específico para o estudo, abordando preocupações com a COVID-19, composto por quatro subescalas: conhecimentos gerais (4 itens), pré-natal (4 itens), parto (5 itens), recém-nascido e amamentação (5 itens), pontuados em escala Likert de 5 pontos. A ansiedade foi avaliada pelo Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). O cálculo do tamanho da amostra baseou-se na coleta de 60 dias consecutivos e estimativa de pelo menos 100 partos por instituição, estimando-se o mínimo de 1000. Foi realizada correlação pelo teste de Spearman e regressão múltipla para identificar as variáveis independentes correlacionadas com o escore total do BAI. A significância estatística foi estabelecida em p <0,05. Projeto aprovado no CEP (CAAE 31190120.6.1001.5505).
RESULTADOS
Das 1.662 mulheres entrevistadas, 763 (45,9%) atenderam aos critérios da análise atual e, dentre estas, 16,1% apresentaram ansiedade materna moderada e 11,5% ansiedade materna grave. O fator sociodemográfico associado à ansiedade materna moderada ou grave foi a escolaridade no ensino médio (OR 1,58 IC95% 1,04 a 2,40) e o fator protetor foi coabitar com companheiro (OR 0,46 IC95% 0,29 a 0,73). Houve correlação positiva entre a pontuação total do BAI e o recebimento de informações gerais sobre cuidados na pandemia (P<0,001); preocupação com a transmissão vertical de COVID-19 (P=0,01); receber informações sobre amamentação (P=0,03); preocupações sobre cuidados pré-natais (P=0,01) e preocupações sobre o bebê contrair COVID-19 (P=0,004). A correlação foi negativa com os seguintes aspectos: ter autoconfiança para se proteger (P=0,04), aprender (P=0,01) e ter autoconfiança para amamentar (P<0,001) no contexto da pandemia.
CONCLUSÕES
A ansiedade de gestantes sem comorbidades médicas ou obstétricas esteve associada à escolaridade no nível secundário e não morar com companheiro, durante a pandemia do COVID-19. A autoconfiança na proteção contra COVID-19 e o conhecimento sobre os cuidados com a amamentação durante a pandemia reduziram a ansiedade materna.
PALAVRA CHAVE
gravidez; ansiedade materna; questionários; amamentação; infecção por coronavírus 2019; pandemia.
Área
OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral
Autores
Roseli Mieko Yamamoto Nomura, Ana Carla Franco Ubinha, Isabela de Paula Tavares, Alberto Trapani Júnior, Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, Nadia Stella Viegas Reis, Brazilian Anxiety during Pregnancy Study group in COVID-19 BrAPS-COVID