Dados do Trabalho
TÍTULO
LASER DE CO2 FRACIONADO VERSUS TREINAMENTO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO PARA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
OBJETIVO
Determinar se o uso do laser de CO2 fracionado não seria inferior ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) em relação à eficácia em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE).
MÉTODOS
Um único centro, paralelo, estudo controlado randomizado foi realizado de março de 2019 a janeiro de 2021 com 70 mulheres. Elas foram divididas em três sessões de laser de CO2, administradas em um intervalo de 4 semanas (n = 37) ou PFMT (doze sessões duas vezes / semana: n = 33). Acompanhamos esses pacientes por 3, 6 e 12 meses. O desfecho primário foi a mudança na pontuação do ICIQ-SF. Os desfechos secundários incluíram melhora subjetiva (melhorada / curada), impressão global de melhora do paciente (PGI-I), definida como “muito melhor” ou “moderadamente melhor”, avaliação da função sexual pelo questionário FSFI. Os eventos adversos (EA) também foram avaliados. Os dados foram analisados com uma abordagem por intenção de tratar. Foi realizada análise estatística por meio do teste do qui-quadrado, teste de Wilcoxon e análise de variância (ANOVA).
RESULTADOS
Os grupos foram homogêneos em relação à características sócio-demográficas, estadiamento POP-Q, pontuações basais do ICIQ-SF e FSFI. Os escores do ICIQ-SF apresentaram uma redução maior do início até 12 meses no grupo laser (diferença média (DM): -2,56; p = 0,002) e PFMT (DM: -1,29; p = 0,028), sem diferença estatística (p = 0,428) entre os grupos. A melhora subjetiva após 3 meses foi maior no grupo PFMT, sem diferença estatística com o laser (91,67% vs 71,43%, p = 0,065); porém, após 12 meses, o maior percentual foi observado no grupo laser, sem diferença estatística (72,73% vs 50%; p = 0,521). PGI-I do grupo laser melhorou com 3 meses (58,62%) versus 46,16% do grupo PFMT (p = 0,355). O score do FSFI do grupo laser melhorou do início até 3 meses (p = 0,025), sem diferença entre o início e 6 (p = 0,317) ou 12 meses (p = 0,564); nenhuma diferença foi percebida dentro do grupo PFMT (p = 0,548) ou entre os grupos (p = 0,829). As queixas sexuais diminuíram no grupo laser entre o início e 3 (p = 0,046), 6 (p = 0,020) e 12 meses (p = 0,024); PFMT também reduziu as queixas entre o início e 6 (p = 0,032) ou 12 meses (p = 0,022). A dor foi o EA mais relatado no grupo laser.
CONCLUSÕES
Houve melhora dos escores do ICIQ-SF após uso de laser de CO2 fracionado e PFMT, bem como melhora subjetiva e pontuação PGI. A função sexual melhorou dentro do grupo do laser. Não foram percebidas diferenças entre os grupos em relação à IUE.
PALAVRA CHAVE
incontinência urinária; laser; fisioterapia; estudo clínico randomizado
Área
GINECOLOGIA - Uroginecologia
Autores
SAMANTHA CONDE ROCHA-RANGEL, CASSIA RAQUEL TEATIN JULIATO, GLAUCIA VARELLA PEREIRA, LUIZ GUSTAVO OLIVEIRA BRTO