Dados do Trabalho
TÍTULO
METÁSTASE DE MELANOMA MALIGNO MIMETIZANDO CÂNCER DE MAMA - RELATO DE CASO
CONTEXTO
O melanoma maligno é a neoplasia com a maior incidência atualmente no mundo, apresentando metástases em 20% dos pacientes. As metástases para as mamas são raras mas podem refletir a presença de doença sistêmica [1]. O melanoma, entretanto, está entre os tumores primários que mais enviam metástases para mama. Com o aumento da incidência de melanoma na população, essa complicação está sendo diagnosticada com frequência [3]. As metástases em mama de tumores primários extramamários são responsáveis por 2% de todos os tumores malignos da mama, sendo os linfomas e melanomas os mais frequentes, e podem simular tumores primários de mama tanto clinica como radiologicamente. O prognóstico de pacientes com metástases de tumores sólidos no geral é ruim, cerca de 80% vão à óbito antes de um ano. O tratamento mais aceitável é a exérese simples, não devendo ser realizada cirurgia demasiadamente agressiva, pois não irá melhorar o prognóstico da paciente [2].
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Relatamos o caso de paciente, do sexo feminino, de 59 anos com histórico de melanoma maligno em dorso que posteriormente apresentou 2 nódulos palpáveis em mama esquerda. Realizado mamografia (BIRADS 0), com em QSL 1,4x1,7mm QIL 0,6x0,6mm. Ao exame clínico, ambos palpáveis, sólidos, não aderidos, com 3 e 2cm, respectivamente. Foram submetidos à biópsia percutânea e diagnosticadas ao estudo anatomo patológico e imunohistoquímica como melanoma maligno metastático. Diante da origem da doença, a abordagem cirúrgica foi contraindicada sendo a paciente encaminhada para cuidados paliativos exclusivos.
COMENTÁRIOS
Pacientes portadoras de nódulo mamário com histórico de melanoma maligno primário devem ser submetidas à investigação criteriosa com o intuito de descartar uma potencial metástase de outro sítio primário. Para tal condução dos casos, em função da capacidade de metástases mamárias de melanomas malignos mimetizarem neoplasias primárias da mama, deve-se utilizar da correlação clínico-radiológica, complementada com estudos anatomo-patológico e imuno-histoquímico, para a correta caracterização de um tumor de tamanha raridade, com o propósito de realizar a melhor assistência à paciente e definição de terapêuticas, impedindo que procedimentos cirúrgicos e intervenções agressivas sejam realizadas sem a melhora do prognóstico da paciente.
PALAVRA CHAVE
melanoma maligno, metástase, tumor de mama, melanoma, nódulo mama
Área
GINECOLOGIA - Mastologia
Autores
João Batista Pereira Junior, Ana Luiza Falavigna Denys, Dominique Sarvasi Alves Costa, Carolina Del Negro Visintin, Luciene Tozzi, Stephanie Aragão Lusoli Vicensotti