Dados do Trabalho
TÍTULO
Impacto da Atividade Física nos Desfechos Adversos Perinatais na Gestação de Primigestas
OBJETIVO
Avaliar o impacto da atividade física nos desfechos adversos perinatais na gestação de primigestas.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado no período de agosto a dezembro de 2020. A amostra foi composta de puérperas primigestas maiores de 18 anos, o instrumento utilizado para entrevista foi um questionário de atividade física para gestante (QAFG) oriundo do Preqnancy Physical Activity Questionnaire (PPAQ), adaptado a população brasileira, considerando em cada questão, o tempo gasto de cada atividade, representada por METS; dividiu-se as pacientes em 4 grupos: sedentárias, que praticaram atividade física leve, moderada ou vigorosa, de acordo com o resultado do questionário. Os desfechos primários analisados foram: via de parto, ganho de peso gestacional, prematuridade, peso do recém-nascido, Doença Hipertensiva da Gestação (DHG), Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) e UTI neonatal. No cálculo de razão de chance (RC) ajustado, utilizou-se o intervalo de confiança (IC) de 95%. As pacientes sedentárias foram utilizadas como grupo padrão. Os fatores de confusão adotados foram: idade, tabagismo, alcoolismo e outras drogas.
RESULTADOS
os grupos foram compostos por puérperas sedentárias (n=76/15,4%), pacientes que praticaram atividades leves (152/30,9%), moderadas (202/41,0%) e vigorosas (n=62/12,6%). Quanto as características maternas, houve diferença quanto a idade, classificação do IMC, atividade remunerada, escolaridade e tabagismo. Nas características do recém-nascido não houve diferença significativa. No cálculo de razão de chance ajustado, adotou-se o grupo de pacientes sedentárias como padrão a fim de analisar os efeitos protetivos da prática de atividade física. Para as pacientes com prática leve, houve proteção para DMG com RC 0,4 (IC95% 0,2-0,8) e internação em UTI neonatal com RC de 0,2 (IC95% 0,1-0,7). Já, para atividade moderada, também houve redução da chance de DMG com RC de 0,4 (IC95% 0,2-0,9) e internação em UTI neonatal com RC 0,3 (IC95% 0,1-0,9). Por fim, a prática de atividades físicas vigorosas não impactou nos desfechos adversos.
CONCLUSÕES
A prática de atividade física leve e moderada na gestação reduziu as chances de desenvolvimento de DMG e internação em UTI neonatal, enquanto, na prática vigorosa não houve influência, quando comparadas as pacientes sedentárias.
PALAVRA CHAVE
Atividade fisica, exercício fisico, gestação, desfechos perinatais, diabetes mellitus gestacional
Área
OBSTETRÍCIA - Multidisciplinar
Autores
Carla Christina Renzo, Antonia Aparecida Deluca Oliveira, Tassiana Cristina Martins Grabovski, Leonardo Souza Carvalho, Rodrigo Ribeiro Silva, Jean Carl Silva