Dados do Trabalho
TÍTULO
Encarceramento Uterino: Relatos de Casos e Revisão de Literatura.
CONTEXTO
Encarceramento uterino é uma condição obstétrica rara que afeta uma em cada três mil gestações, situação com complicações potencialmente graves se não descoberto e tratado precocemente. Considera-se encarceramento quando o útero está retido entre o promontório e sínfise púbica. Sintomatologia é inespecífica. Diagnóstico precoce e realização de exames de imagem detalhados para a otimização do manejo. Técnicas resolutivas são definidas de acordo com a sintomatologia e idade gestacional. Casos graves não diagnosticados corretamente podem cursar com compressão uretral, comprometimento do fluxo sanguíneo arterial uterino, rotura de parede uterina, fístula vesico-vaginal e acretismo placentário, obstrução intestinal e compressão de veias pélvicas.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
A.P. L. S., 33 anos, secundigesta, cesariana anterior, sem comorbidades. Histórico de tabagismo. Com 14 semanas apresentou sintomas de retenção urinária. Realizada ecografia pélvica e obstétrica revelando presença de bexigoma e útero retrovertido, suspeita de encarceramento uterino. Optado por conduta conservadora, sondagem vesical intermitente de acordo com necessidade e uso de antibioticoterapia profilática. Evolução favorável.
J.M.D.L., 27 anos, tercigesta, partos vaginais anteriores, nega comorbidades, carga tabágica de 0,7 maços-ano. Com 14 semanas de gestação, encaminhada com queixa de dor abdominal, disúria e formação nodular em vagina. Ao exame físico, Giordano positivo à esquerda. Ao exame especular, prolapsos de parede anterior e posterior grau leve. Ao toque vaginal, colo palpável em região anterior, fundo uterino preenchendo fundo vaginal posterior. Suspeita de útero retrovertido encarcerado confirmada em ressonância magnética. Realizado cateterismo vesical de alívio e antibioticoterapia para pielonefrite. Orientada sobre exercícios joelho-tórax. Ao retorno, com 16 semanas e 2 dias, em ultrassonografia transvaginal, visualizado útero médiovertido.
COMENTÁRIOS
Por ser uma condição rara, existe uma carência de informações sobre o assunto. Esse estudo tem grande importância prática de maneira a instigar a suspeita diagnóstica e consequente manejo da condição, diminuindo riscos de complicações graves tanto para a mulher quanto para o feto.
PALAVRA CHAVE
encarceramento uterino
Área
OBSTETRÍCIA - Multidisciplinar
Autores
Marjorie Goetz Moro, Mariana Rothermel Valderrama, João Victor Borges Lehmkuhl, Maria Julia de Moraes Campos Roth, Maria Fernanda Rosa Bertolini, Diego Esteves dos Santos, Julia Shemberger Acras, Camila Cristine Oliveira