Dados do Trabalho
TÍTULO
Gravidez em útero didelfo com rotura prematura de membranas ovulares: relato de caso
CONTEXTO
Trata-se do relato de um caso de gravidez associada à malformação mulleriana. A associação das duas condições acarreta risco para o desfecho gestacional, principalmente somada à ruptura prematura pré-termo das membranas ovulares. A partir disso, objetiva-se ampliar o conhecimento de médicos para manejo de casos com o mesmo histórico.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Paciente de 22 anos, com útero didelfo, primigesta, idade gestacional de 26 semanas e 4 dias, refere dor pélvica intensa. Na ultrassonografia de 11 semanas, mostrou saco gestacional com embrião único somente em corpo uterino direito. Foi prescrito Progesterona Micronizada, 200 mcg/dia e repouso relativo. Ao exame físico, pressão arterial: 100x60 mmHg, fundo uterino medindo 26 cm, batimentos cardiofetais e movimentos fetais presentes, sem atividade uterina, tônus uterino normal. À inspeção vaginal: presença de septo vaginal. Ao toque vaginal: ambos colos uterinos fechados e sem perdas. Ao exame especular: secreção fluida, acinzentada, bolhosa com pouco odor à direita; sem alterações à esquerda. Foi prescrito Metronidazol (creme vaginal). A paciente foi internada com IG de 30 semanas e 3 dias, referindo perda de líquido amniótico, e trazendo ultrassonografia com laudo de oligodramnia (ILA: 4,5), apresentação cefálica, movimentos cardíacos e respiratórios fetais normais. Fez uso de betametasona, azitromicina em dose única, ampicilina por 48h, amoxicilina por cinco dias. Foram realizados hemograma e PCR com resultados normais e vigilância infecciosa clínica. Realizados também perfil biofísico semanal e programação da interrupção da gestação com 34 semanas, quando foi realizado o parto cesariano. A cirurgia foi realizada pela técnica de Pfannestiel, histerotomia segmentar transversa, extração de feto único em útero direito, nativivo, com boa vitalidade. A paciente teve alta após 3 dias em boas condições de saúde, bem como seu recém-nascido.
COMENTÁRIOS
O presente caso teve diagnóstico confirmado por ultrassonografia, o resultado foi um recém-nascido com boa vitalidade, apesar dos riscos de complicações. A paciente contou com acompanhamento obstétrico adequado e intervenção em momento oportuno. Buscou-se levar a gestação até o mais próximo possível do termo, porém, devido à ruptura das membranas ovulares, foi indicada a cesariana com 34 semanas. Conclui-se que o relato de caso é relevante, pois mostrou bom desfecho frente a uma gestação com alto risco, em função do cuidadoso acompanhamento pré-natal.
PALAVRA CHAVE
útero didelfo rotura prematura de membranas
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco
Autores
Ariele Angel Ferreira dos Santos, Núbia Fátima de Jesus Almeida, Mariana Batista Silva, Ana Carolina Rodrigues Pereira, Isa Clara Santos Lima, Clarissa Silva Sampaio