Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE COMPARATIVA DAS RAZÕES DE MORTALIDADE MATERNA DO BRASIL E DE MINAS GERAIS ENTRE 2010 E 2019
OBJETIVO
Analisar o comportamento da Razão de Mortalidade Materna (RMM) de Minas Gerais comparando com a RMM do Brasil entre os anos de 2010 e 2019.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal retrospectivo, no qual foi feita uma análise quantitativa dos dados disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Os dados referentes aos óbitos maternos no estado de Minas Gerais e do Brasil no período de 2010 a 2019 foram levantados em julho de 2021. Calculou-se a RMM, que é definida pelo nº de óbitos maternos diretos e indiretos dividido pelo nº de nascidos vivos no mesmo período x 100.000.
RESULTADOS
Entre os anos de 2010 e 2019 foram registrados 16.697 óbitos maternos no Brasil, sendo 1.168 (7%) no estado de Minas Gerais, o quarto maior número do país. Nesse período de dez anos, Minas Gerais apresentou uma RMM de 44,84 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos, razão menor que a brasileira, que foi de 57,27. O ano de 2012 foi aquele em que a RMM foi menor tanto no Brasil (54,48) quanto em Minas Gerais (33,78). O ano com maior razão para o Brasil foi em 2010 (60,07) e Minas Gerais atingiu 46,64. Já o ano de 2018 foi a maior razão em Minas Gerais (51,21) enquanto no Brasil foi 56,30. No período analisado, a RMM brasileira se mostrou relativamente constante, sem grandes variações, enquanto a do estado de Minas Gerais variou de 33,78 em 2012 para 51,21 em 2018, um aumento de 51,5%, e voltou a reduzir em 2019 (44,7). Nestes 10 anos analisados o país reduziu em 7,9% sua RMM, enquanto Minas Gerais reduziu apenas em 4%.
CONCLUSÕES
Os resultados evidenciam redução na RMM tanto no Brasil quanto em Minas Gerais. Apesar disso, as reduções foram discretas e se configuram razões altas, ao considerar a meta do país que é de 30 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos até 2030, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecido pela ONU. A significativa oscilação percebida no estado de Minas Gerais, em conjunto com a sua tímida redução da mortalidade, revela certa discordância com a tendência nacional, apontando a necessidade de desenvolver ações para melhorar a vigilância do óbito e a qualificação das investigações, bem como intensificar as estratégias de saúde materno-infantil no estado em questão.
PALAVRA CHAVE
SAÚDE MATERNO-INFANTIL; MORTALIDADE MATERNA; RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia
Autores
Hector Gabriel Nunes Santos, Flavio Dutra Miranda, Yasmin Goudinho Silva, Raquel Dully Andrade, Jaqueline Silva Santos, Maria Ambrosina Cardoso Maia