59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Pandemia de COVID-19 e ansiedade das mulheres que tiveram o parto em maternidade pública de Aracaju-SE

OBJETIVO

Avaliar a ocorrência de ansiedade nas mulheres que tiveram o parto no contexto da pandemia de COVID-19, em uma maternidade pública de Aracaju-SE.

MÉTODOS

Estudo prospectivo, transversal, não randomizado, que realizou entrevistas presenciais em mulheres que foram internadas para o parto em maternidade pública de Aracaju-SE. Foram entrevistadas puérperas com os critérios de inclusão: idade >18 anos; parto >36 sem; recém-nascido único, vivo e sem malformações; e mulheres sem transtornos mentais. Também foram coletados dados sociodemográficos e do parto. A ansiedade foi avaliada pelo Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), com 21 itens de 0 a 3, sobre sintomas na semana anterior ao parto, e um questionário específico e estruturado sobre o conhecimento e preocupações sobre a COVID-19, com 18 itens em escala Likert de 5 pontos. O tamanho da amostra teve como base o relato de 12% de ansiedade moderada ou grave em parturientes de Sergipe (12%) e proporção esperada de 24% (dobro), com alfa 0,05 e beta 0,10, e calculado o mínimo de 98 casos. Foram realizadas análises univariadas, com nível de significância de 5%. O projeto foi aprovado pelo CEP (CAAE 31190120.6.1001.5505).

RESULTADOS

Foram realizadas 103 entrevistas em puérperas. A ansiedade foi avaliada como grave em 7 (6,8%), moderada em 29 (28,2%), leve em 23 (22,3%) e mínima em 44 (42,7%). O escore total do BAI apresentou média de 11,9 pontos (DP=9,0), mediana de 10 pontos (IC95% 7,0 a 13,9). A maioria das mulheres era parda (67%), com escolaridade no ensino médio (58%), religião católica (55%). A maioria era multípara (63%), a gestação foi programada em 24%, o etilismo foi relatado por 12%, o tabagismo por 3%, 7% relatam caso de COVID-19 na família e 3% tiveram COVID-19 na gravidez. A idade gestacional no parto teve média de 39,6 semanas (DP=1,3). Quanto ao tipo de parto, foi vaginal em 48% e cesariana em 52%.

CONCLUSÕES

No contexto da pandemia de COVID-19, a ansiedade materna moderada ou grave foi constatada em mulheres internadas para o parto.

PALAVRA CHAVE

Parto; ansiedade; Covid-19; Gestação; Saúde mental

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

Maria Carolina Andrade Maia, Emanuelle Nabuco de Mendonça Oliveira, Camila Andrade Maia, Lourivania Oliveira Melo Prado, Roseli Mieko Yamamoto Nomura

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