Dados do Trabalho
TÍTULO
Mortes maternas por afecções respiratórias antes da pandemia de COVID-19 nas regiões brasileiras
OBJETIVO
Analisar as mortes no CGP por causas respiratórias nas regiões brasileiras, entre 2008-2018, a partir de uma série histórica que permita comparar essas regiões, as principais causas dessas mortes, o período gestacional e analisar o impacto da pandemia do vírus Influenza A H1N1 neste contexto, comparando e utilizando para embasamento de estudos sobre a pandemia de COVID-19.
MÉTODOS
Estudo transversal, descritivo, retrospectivo, baseado em dados secundários de mortalidade materna no CGP coletados na plataforma de Informações de Saúde do Ministério de Saúde do Brasil, DATASUS. Os casos selecionados são mulheres em idade fértil, sendo considerados os óbitos entre grávidas, parturientes e puérperas. Foram levantados os dados dentro da categoria J, Capítulo X- doenças do sistema respiratório, do CID-10 e I26, embolia pulmonar. Analisaram-se as regiões do Brasil, os anos (2008-2018), as categorias e o período gestacional. Os dados foram analisados no Microsoft Excel® versão 2013 para Windows.
RESULTADOS
No período, ocorreram 1083 mortes de mulheres no CGP por afecções respiratórias, 6,32% das mortes maternas em geral. As principais causas foram infecções de vias aéreas inferiores (45,47). Quanto à embolia pulmonar, ocorreram 166 mortes no total, correspondendo a 15%. O puerpério de 43 dias até 01 ano apresentou 366 óbitos. O Sudeste acumulou 515 mortes, maior número das regiões. O Norte apresentou os menores valores, mas pior recuperação. Em 2009, o CMM foi de 9,47, maior número em relação aos outros anos, quando a região Sul ultrapassou a sudeste com CMM de 15,83 e, obteve o maior número de infecções letais por H1N1.
CONCLUSÕES
Mortes maternas por afecções do aparelho respiratório apresentam importante prevalência no período. Infecções de vias aéreas inferiores são o principal motivo desses óbitos, ocorrendo principalmente em puérperas com 43 dias até 01 ano. Embolia pulmonar é condição de destaque dentre as mortes maternas, especialmente no puerpério recente. O Sudeste é o principal foco dos casos, somando 47,55%. O vírus Influenza A H1N1 teve importante papel na dinâmica de mortes maternas, aumentando-as, concentrando-se até 42 dias de puerpério. O Sul apresentou o maior número de casos. Após 2009 o número de mortes maternas por afecções respiratórias tendeu a reduzir progressivamente, com importante influência da cobertura vacinal estabelecida.
PALAVRA CHAVE
Mortalidade Materna, Influenza A H1N1, Afecções do aparelho respiratório, Embolia Pulmonar, Tromboembolismo venoso, Mortes Maternas, COVID-19
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas
Autores
Camile Luiza Serafini Reolon, Roxana Knobel, Alberto Trapani Júnior