Dados do Trabalho

TÍTULO

TORÇÃO ANEXIAL CRÔNICA: ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E TRATAMENTO

CONTEXTO

O abdome agudo continua sendo um grande desafio diagnóstico, tendo em vista a grande quantidade de diagnósticos diferenciais. Dentre as principais etiologias, a torção anexial é responsável por 3% das emergências cirúrgicas ginecológicas, ocupando o quinto lugar, ficando atrás somente da gravidez ectópica, ruptura de corpo lúteo com hemorragia, doença inflamatória pélvica e apendicite. Geralmente acomete mulheres em todas as idades, mas principalmente mulheres jovens, em idade fértil. Além disso, deve ser reconhecido a torção anexial crônica, tendo em vista a grande dificuldade diagnóstica.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

EBF, feminina, 34 anos, G1 C1 há 05 anos. Sem comorbidades, em uso de anticoncepção com drospirenona e etinilesdradiol .No ambulatório relata dor de moderada intensidade em região epigástrica e em hipocôndrio esquerdo, sem fatores de melhora ou piora e sem irradiação para outras regiões. Paciente apresenta acompanhamento ambulatorial de rotina anual, com história de um episódio de nefrolitíase a esquerda em maio de 2020, documentada em exame de imagem, sem outras queixas. Ao exame físico: apresentava somente alterações no exame abdominal, presença de cicatriz tipo pfannenstiel, ruídos hidroaéreos presentes e dentro dos padrões de normalidade, dor a palpação superficial e profunda em região epigástrica e hipocôndrio esquerdo, sem massa palpável em abdômen ou distensão abdominal. Histórico de exames complementares de imagem, ecografia transvaginal, mostravam somente alteração a partir do ano de 2020, ausência de anexo direito. Devido a quadro álgico foi encaminhada para realização de tomografia de abdome total sem contraste, onde constatou: imagem densamente calcificada em pelve esquerda de aspecto benigno, sugestivo de corpo estranho livre intraperitoneal calcificado. Diante dos riscos, paciente foi encaminhada para realização de videolaparoscopia exploradora eletiva, na qual foi observado: Ausência de ovário em topografia à direita, assim como, amputação de trompa de falópio direita associada. Ainda durante exploração abdominal, foi encontrado massa calcificada aderida à epiplon em topografia de fossa ilíaca à esquerda, com aspecto macroscópico de ovário. Encaminhado material para exame Anátomopatológico, o procedimento ocorreu sem intercorrências. Segue em acompanhamento ambulatorial.

COMENTÁRIOS

O diagnóstico de torção anexial crônica deverá ser sempre lembrado dentro dos diagnósticos diferenciais de dor pélvica. Além disso, o diagnostico tardio pode comprometer o futuro reprodutivo.

PALAVRA CHAVE

abdome agudo, anexos uterino, doenças dos anexos, anormalidade torcional