Dados do Trabalho
TÍTULO
Trombose de varizes pélvicas na gestação: Relato de caso
CONTEXTO
Síndrome da Congestão Venosa Pélvica (SCVP) é a presença de varizes pélvicas associadas à dor pélvica crônica e dispareunia. O diagnóstico é clínico e com exames de imagem. Na SCVP, varizes pélvicas são raras, tendem a manifestar em gestantes e, geralmente, causadas por compressão extrínseca uterina. Este trabalho apresenta relato de caso sobre trombose de varizes pélvicas em gestante, quadro clínico e riscos para mãe e feto. A trombose na gestação causa alteração da circulação materno-fetal, insuficiência placentária, que pode levar a aborto espontâneo, desprendimento placentário, restrição de crescimento intrauterino e pré-eclâmpsia.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
G.O.N, 35 anos, G1P0A0, praticava exercícios físicos, negava tabagismo e etilismo e história familiar de trombose e trombofilias. Utilizou anticoncepcional combinado oral por 8 anos e realizou varicectomia de membros inferiores há 1 ano. Estava em acompanhamento de pré-natal regular e sem intercorrências, até que com 28 semanas e 6 dias, teve dor em queimação e abaulamento da região inguinal, não apresentados antes. Com 34 semanas e 2 dias, referiu piora do quadro e irradiação da dor para membro inferior direito, sem sinais flogísticos. Assim, foi realizada Ultrassonografia (US) pélvica da região inguinal direita com Doppler, sendo detectadas varicosidades pélvicas em topografia do ligamento redondo à direita, parcialmente trombosadas e estudo negativo para hérnia inguinal. Dessa forma, a paciente foi internada para iniciar anticoagulação plena, conforme orientação do vascular, com enoxaparina 60 mg de 12/12 horas. Após a primeira dose da medicação, a gestante já apresentou alívio da dor, sendo submetida à cesariana eletiva com 38 semanas e 2 dias de gestação, sem intercorrências. Depois do parto, foi mantida a enoxaparina por mais 2 semanas na mesma posologia. Devido à anticoagulação, paciente apresentou hematoma de ferida operatória, que foi resolvido com drenagem manual e, posteriormente, foi reduzida a dose de enoxaparina para 30 mg/dia, até 30 dias pós-parto. Após 4 semanas, foi realizado US de controle, que não evidenciou mais sinais de trombose venosa de vasos pélvicos e de membros inferiores. Paciente segue em acompanhamento com vascular, assintomática e sem uso de anticoagulantes, com rastreio negativo para trombofilias.
COMENTÁRIOS
O caso demonstra a importância de realizar o acompanhamento médico de pré-natal para descoberta precoce de alterações vasculares e possibilidade de evitar complicações ao binômio materno-fetal.
PALAVRA CHAVE
gestação, varizes pélvicas, trombose
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco
Autores
Gyovanna de Oliveira Silva, Luciana Fernandes Castro, Caroline Ribeiro de Castro e Sousa, Tulio Rezende Pimenta, Layla Pereira Freire , Pamela Morlin de Araújo, Douglas Reis Abdalla, Paula Giovanna Branco Zago