Dados do Trabalho
TÍTULO
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE MICROCEFALIA CONGÊNITA REGISTRADOS ENTRE 2015 E 2019 NO BRASIL
OBJETIVO
Compreender a evolução do número de casos de microcefalia, em recém nascidos, documentados no Brasil entre 2015 e 2019.
MÉTODOS
Estudo descritivo e retrospectivo, realizado no Brasil entre os anos de 2015 e 2019, sobre os casos de microcefalia em nascidos vivos. Os dados investigados foram obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
RESULTADOS
No período pesquisado, foram registrados 5.414 casos de microcefalia em recém nascidos. Quando comparado o número de casos registrados em 2015 (1.758 casos) e 2019 (366 casos), observou-se uma redução significativa de 79,18%. Ao se analisar a cor/raça, verificou-se que os pardos (65,12%) eram os mais afetados. O período de duração da gravidez mais frequente neste estudo foi de 37 a 41 semanas e correspondeu a 74,27% do total de casos. Já o tipo de gravidez mais frequente foi a única e representou 97, 51% do total de casos de microcefalia para o período em estudo. O parto vaginal (53,45%) foi mais comum nesses casos. Ao se avaliar a escolaridade da mãe, constatou-se uma predominância entre os 8 a 11 anos de estudo (63,15%). Na distribuição por regiões, observou-se maior prevalência de casos por microcefalia na região nordeste: 2.740 (50,61%); seguida pela região sudeste: 1.784 (33,01%); região norte: 406 (7,50%); região centro-oeste: 299 (5,52%) e região sul: 182 (3,36%). Notou-se que as 3 principais unidades da federação a alavancar esses números foram: 1° São Paulo: 1.063 (19,63%); 2° Pernambuco: 871 (16,09%) e 3° Bahia: 666 (12,30%).
CONCLUSÕES
Por meio dos resultados apresentados, observa-se que o número de casos por microcefalia congênita tem diminuído e que seu valor no ano de 2019 é quase 5 vezes menor que o registrado em 2015. Isso evidencia a importância da epidemia de Zika vírus para tornar esses números mais robustos, principalmente entre os anos de 2015 e 2016. No mesmo período avaliado, o número de casos de Zika vírus em mulheres em idade fértil (10 a 39 anos) no estado de Pernambuco foi de 2.761, ou seja, inferior ao ocorrido em outros estados, como a Bahia (22.674 casos). Mesmo assim, apesar de ter uma população menor, o estado de Pernambuco desponta como o 2° estado em número de casos de microcefalia. Com isso, levando a questionar a elevada prevalência de microcefalia neste local. As principais hipóteses foram: (1°) um maior esforço em diagnosticar e notificar os casos; (2°) influência genética e (3°) deficiências nutricionais específicas desta população.
PALAVRA CHAVE
Microcefalia; Epidemiologia; Brasil
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia
Autores
Filipe Alves Ramos , Ana Carolina Moreira Ramiro