Dados do Trabalho
TÍTULO
INDUÇÃO DE PARTO EM HOSPITAL TERCIÁRIO: INDICAÇÕES E DESFECHOS ASSOCIADOS
OBJETIVO
Analisar os partos induzidos em um hospital terciário do interior do Rio Grande do Sul, com relação à indicação da indução e desfechos perinatais.
MÉTODOS
Estudo transversal com parturientes de um hospital terciário, durante os períodos de janeiro de 2017 a junho de 2018 (primeiro período) e de janeiro de 2020 a janeiro de 2021 (segundo período). A coleta dos dados se deu por meio de entrevistas e/ou avaliação de prontuários eletrônicos. Foi realizada análise descritiva das variáveis e associação verificada pelo teste qui-quadrado, com nível de significância 5% (p valor <0,05).
RESULTADOS
No 1º período foram avaliadas 965 pacientes que tiveram indução no trabalho de parto, e no 2º 363. Dos partos induzidos no 1º período, 43,5% das parturientes tinham hipertensão, 19,1% diabetes e 17,4% idade gestacional ≥41 semanas. No segundo período, 44,6% tinham hipertensão, 26,4% diabetes e 5,8% idade gestacional ≥41 semanas. Houve redução significativa das induções por idade gestacional ≥41 semanas no 2º período (p<0,0001). Observou-se associação com aumento das taxas de parturientes oriundas do pré-natal de alto risco 27% em 2017/2018 para 37,4% em 2020/2021 (p<0,0001) e um aumento nas gestantes diabéticas (p=0,003). O 1º período apresentou associação (p<0,0001) com parto vaginal sem episiotomia (42,6%) e com episiotomia (19,4%) e no segundo com parto cesáreo sem trabalho de parto (28,2%). Apgar no 5º minuto <7 no 1º período foi observado em 0,9% e no 2º em 2,6% (p=0,016). Não foram observadas outras diferenças perinatais entre os períodos
CONCLUSÕES
No 2º período, a associação com parto cesáreo sem trabalho de parto pode ser justificado pelo predomínio de gestantes de alto risco. Além disto, é possível que o momento atual de pandemia possa exercer influência sobre aspectos relacionados à parturição. A maior indicação de indução devido à idade gestacional ≥41 semanas no 1º período pode estar associada ao risco de pré-natal que, no 1º período, era principalmente habitual. Por outro lado, o incremento de alto risco no 2º período justifica indicação de indução em idades gestacionais mais precoces, como nos casos de hipertensão e diabetes. Em relação ao Apgar do 5º minuto <7, houve um aumento no 2º período, que pode ter relação com o maior número de gestantes de alto risco. Foi possível evidenciar que as taxas de cesariana e Apgar <7 foram maiores no período que compreende a pandemia do Covid-19.
PALAVRA CHAVE
Trabalho de Parto Induzido
Gravidez de Alto Risco
Obstetrícia
Epidemiologia
Área
OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral
Autores
André Luiz Loeser Corazza, Patrícia Faggion Schramm, Ana Luíza Kolling Konopka, Isadora Figueiredo Bitencourt, Julia Klockner, Natália Evaldt Steigleder, CRISTINE KOLLING KONOPKA