Dados do Trabalho
TÍTULO
MUDANÇAS DE PERFIL E DE PARTO DAS PRIMIGESTAS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO EM DOIS PERÍODOS DISTINTOS
OBJETIVO
Analisar via de parto mais adotada nas primigestas em hospital terciário, perfil das parturientes e do parto em dois períodos.
MÉTODOS
Estudo transversal englobando primigestas de hospital terciário, no período de janeiro 2017 a junho de 2018 e de janeiro de 2020 a janeiro de 2021. Os dados foram obtidos por entrevistas e/ou avaliação dos prontuários eletrônicos. Foi realizada análise descritiva das variáveis e associação verificada pelo teste qui-quadrado, com nível de significância 5% (p valor <0,05).
RESULTADOS
O número de primigestas no primeiro período foi 1059 (33,6%) e no segundo 306 (26%). A média de idade das primigestas aumentou de 22,3 anos (± 5,4) no primeiro período para 24 anos (± 6,1) no segundo. A faixa etária até 18 anos reduziu de 28,4% para 16,2% e ≥35 anos aumentou de 2,7% para 7,3% (p<0,0001). O pré-natal no primeiro período era de alto risco em 19,9% e no segundo em 29% (p<0,0001). Antecedentes patológicos presentes em 23,2% das gestantes no primeiro período e 41,5% no segundo (p<0,0001). Diabetes e hipertensão tiveram aumento significativo entre os períodos, de 10,7% para 20,3% (p<0,0001) e de 33,2% para 46,1% (p<0,0001), respectivamente. A via de parto cesáreo aumentou de 42,6% para 56,9% nos períodos (p<0,0001), enquanto a ausência de trabalho de parto aumentou de 12,4% para 19,6% (p=0,006).
CONCLUSÕES
Conclui-se que a idade das primigestas aumentou entre os períodos, podendo ter relação com isolamento social da pandemia, ocasionando menos relações sexuais ocasionais desprotegidas entre jovens. Por outro lado, nas pacientes com maior idade não se observou este padrão, possivelmente por ser a primeira gestação já em uma idade mais avançada. Os antecedentes patológicos, diabetes e hipertensão foram maiores no 2º período, provavelmente por faixa etária mais elevada dentre as parturientes. O menor número de pacientes no segundo período se justifica pelo menor tempo de coleta dos dados. As taxas de gestantes oriundas de pré-natal de alto risco foram superiores no segundo período, demonstrando atendimento preferencial de casos de alto risco no hospital terciário. Ocorreu um aumento das cesarianas e da ausência de trabalho de parto, o que pode se relacionar com a maior frequência de patologias entre as gestantes, tais como diabetes e hipertensão. Ademais, o cenário pandêmico pode ter influenciado nas mudanças de perfil das primigestas atendidas no serviço.
PALAVRA CHAVE
Gestantes
História Reprodutiva
Obstetrícia
Área
OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral
Autores
Patrícia Faggion Schramm, Ana Luíza Kolling Konopka, André Luiz Loeser Corazza, Isadora Figueiredo Bitencourt, Gustavo Kolling Konopka, Julia Barbian, Cristine Kolling Konopka