59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19 NA GESTAÇÃO: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

A gestação promove alterações no corpo feminino, destacando-se as imunológicas e vasculares. Por sua vez, o SARS-CoV-2 é um vírus com tropismo pelo endotélio vascular, que leva à vasoconstrição e inflamações vasculares severas. Gestantes com covid-19 apresentam maior risco de admissão em unidades de terapia intensiva, quando comparadas às mulheres não grávidas em idade reprodutiva. Correlaciona-se uma maior gravidade da doença em mulheres que possuíam comorbidades, em especial obesidade, diabetes e asma. As principais causas de óbito fetal são a prematuridade e a gravidade da infecção materna.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Multigesta, 42 anos, sem comorbidades, com 30 semanas e 6 dias de gestação, deu entrada no serviço por pico hipertensivo associado a dor hipogástrica, febre, tosse seca, cefaleia, anosmia e ageusia de início há 3 dias, eupneica em ar ambiente e vitalidade fetal preservada. Após internação, a paciente evolui com dessaturação e piora do quadro clínico mediante oxigenoterapia otimizada e corticoterapia. Exames de imagem sugeriram pneumonia viral com acometimento de 50-75% do parênquima pulmonar. Atestada a hipótese de síndrome respiratória aguda grave por covid-19, a paciente foi encaminhada aos cuidados intensivos para suporte ventilatório invasivo, progredindo para uma parada cardiorrespiratória (PCR) durante a sedação com retorno após ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Indicada cesariana de emergência por instabilidade materna com retirada de feto em óbito, a paciente evolui com nova PCR intraoperatória e posterior RCP, resistindo por mais dois dias em grave estado geral e hemodinamicamente instável, apesar de drogas vasoativas, culminando em óbito.

COMENTÁRIOS

No caso relatado, a paciente não tinha comorbidades, e a severidade do estado de saúde materno possivelmente exerceu maior influência sob o estado fetal quando comparado à idade gestacional. Atentar-se a casos como este, ajuda a acompanhar a evolução do quadro clínico materno e identificar o momento ideal para interrupção da gestação, se necessário. A incidência de morte fetal é bastante elevada nos casos críticos, situações em que o bebê morre de asfixia ou acidose grave estão intimamente relacionados a quadros maternos de insuficiência respiratória e distúrbios metabólicos de evolução rápida. Frente a uma descompensação clínica materna, é preciso analisar multiprofissionalmente a maturidade fetal junto a progressão do evento e tomar a decisão do parto a tempo.

PALAVRA CHAVE

COVID-19; GESTAÇÃO; SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE;

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas

Autores

Marina Presmich Pontual, Felipe Oliveira Albuquerque, Thomas Bernardes Lopes, Marcel Arthur Cavalcante Gonçalves, Bruna Lima Albuquerque, Lorenna Peixoto Lopes, Isabela Karine Rodrigues Agra

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