Dados do Trabalho
TÍTULO
Evolução da mortalidade por câncer de mama em obesas no Ceará de 2018 a 2021 para cada faixa etária
OBJETIVO
Descrever a tendência das taxas de mortalidade por câncer de mama em mulheres obesas no Ceará entre 2018 e 2021; comparar essas taxas entre cada faixa etária.
MÉTODOS
Este é um estudo ecológico descritivo, com informações do Sistema de Informações de Saúde (TABNET), na aba Morbidade Hospitalar do SUS por Local de Residência, abrangendo o estado do Ceará. Na seção linha foi selecionado “Ano atendimento”, na coluna, “Faixa etária 2” (divisão a cada 5 anos; em “Faixa etária 1” a divisão é a cada 10 anos) e, na variável conteúdo, “Taxa mortalidade”, considerando-se maio de 2018 a maio de 2021; as categorias selecionadas na Lista de Morbidades CID-10 foram “Neoplasia maligna da mama” e “Obesidade”. Para analisar os dados, calculou-se a diferença entre as taxas de mortalidade em 2018 e em 2021 para cada faixa etária, e discriminou-se em quais delas houve maior aumento e diminuição absolutos e proporcionais.
RESULTADOS
Foram registrados 326 óbitos por neoplasia maligna de mama em mulheres obesas no Ceará entre maio de 2018 e maio de 2021, com a taxa de mortalidade total desse período sendo igual a 4,87. A maior taxa registrada foi de 5,48, em 2021, o que configura aumento de 17% na mortalidade total em relação a 2018, ano em que a taxa foi de 4,65. Os valores variam conforme faixa etária: o maior aumento proporcional ocorreu entre 25 e 29 anos (500%), e o maior aumento absoluto, entre 35 e 39 anos (7,12). Por outro lado, a maior redução foi entre 45 e 49 anos, tanto absoluta (3,6) quanto proporcional (72%). Em síntese, nas faixas etárias de 25 a 44, de 50 a 64 e acima de 80 anos, observou-se aumento da taxa de mortalidade, enquanto nas faixas etárias de 45 a 49 e 65 a 79 anos, observou-se diminuição.
CONCLUSÕES
Conclui-se que, exceto nas faixas de 45 a 49 e 65 a 79 anos, há aumento notável da taxa de mortalidade por câncer de mama entre mulheres obesas no Ceará, especialmente entre 25 e 29 anos. Tais resultados condizem com a tendência brasileira de aumento de mortalidade por câncer de mama, e enfatiza o fato de o Nordeste ter os incrementos mais expressivos, assim como o Norte, segundo o Ministério da Saúde. Desse modo, os resultados reforçam a necessidade de promover estratégias de prevenção da morbimortalidade pela doença, incluindo não somente a detecção precoce do câncer, mas, sobretudo, a adoção de hábitos saudáveis, atenuando os fatores de risco modificáveis, com fito de melhorar o prognóstico das pacientes obesas com câncer de mama no Ceará.
PALAVRA CHAVE
Câncer de mama; Obesidade; Mortalidade.
Área
GINECOLOGIA - Epidemiologia
Autores
José Juvenal Linhares, Ana Carolina Duarte Rossi, Amanda Beatriz Sobreira de Carvalho, Jhulia de Aguiar Polleze, Louise Lara Martins Teixeira Santos, Tatiana de Sá Roque, Vitória Campelo de Andrade Rodrigues