59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Massa placentária coexistindo com pré-eclâmpsia grave: um relato de caso

CONTEXTO

Corioangioma é um tumor placentário benigno e na maioria dos casos, assintomático. Quando sintomáticos, envolvem tumores de maior tamanho com sintomas como pré-eclâmpsia, restrição de crescimento intrauterino, prematuridade e anemia fetal.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Primigesta, 29 anos, iniciou o pré-natal com 15 semanas de idade gestacional (IG); encaminhada ao alto risco por histórico de doença de Berger e doença renal crônica, com creatinina basal de 1,70 mg/dl. Ademais, apresentava hipertensão arterial sistêmica e hipotireoidismo pré-gestacional. Durante a investigação, em ultrassom de 23 semanas de IG, a paciente apresentava colo uterino medindo 8mm, afunilamento e dilatação de orifício cervical interno. Para controle pressórico usou continuamente metildopa e anlodipino. Com 27 semanas de IG, descompensações pressóricas onde a pressão arterial (PA) ultrapassou 140x90 mmHg levaram ao internamento. Exames mostraram ácido úrico elevado, creatinina de 2,13 mg/dl, e proteinúria 3+/4, fechando o diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta. Já com 30 semanas evidenciou altura uterina de 24cm, curva de controle pressórico descompensada e ultrassonografia mostrando massa placentária compatível com corioangioma. Havia também restrição de crescimento fetal, sem outras alterações. Orientada quanto a acompanhamento semanal, com 31 semanas e 2 dias ela retorna assintomática, com PA controlada, movimentos e batimentos fetais presentes, e dinâmica uterina ausente. O ultrassom observou feto cefálico com peso estimado de 1100g (percentil menor que 1), placenta grau 1 e ILA 104mm. Ao doppler havia aumento de resistência das artérias uterinas, incisura protodiastólica bilateral e resistência da artéria umbilical. O ducto venoso apresentou onda A retrógrada. Visto quadro de centralização fetal e alterações de ducto venoso, foi optado pela resolução da gestação via cesariana. O recém-nascido pesou 1015g e ficou aos cuidados da unidade de terapia intensiva neonatal.

COMENTÁRIOS

O caso ilustra uma gestante de alto risco com uma imagem em ultrassonografia a esclarecer. A hipótese principal se trata de um corioangioma. Esse caso evidencia a importância de investigar diagnósticos diferenciais para pré-eclâmpsia que possam contribuir para o seu agravamento. O tratamento do corioangioma pode ser invasivo ou suportivo, sendo a resolução da gestação o que traz melhores índices de sobrevida materno-fetal.

PALAVRA CHAVE

tumor placentário; pré-eclâmpsia; restrição de crescimento intrauterino

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Millena Almeida Souza Ramos, Karen Oura, Karina Martins Pailo, Diego Esteves dos Santos

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