59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Endometriose e corno uterino rudimentar não comunicante: relato de caso

CONTEXTO

Anomalias uterinas congênitas estão presentes em cerca de 5% da população. Podem ser assintomáticas ou manifestar-se por dor pélvica prolongada, sangramento uterino anormal desde a menarca, infertilidade, perda fetal de repetição e parto pré-termo. Essas pacientes apresentam risco aumentado de malformações do trato urinário, esqueléticas ou abdominais. Além disso, têm maior chance de apresentarem hérnia inguinal e septo vaginal. Defeitos na embriogênese podem ser decorrentes da falha de desenvolvimento dos ductos mullerianos. O útero unicorno ocorre por agenesia ou hipoplasia unilateral de um dos ductos. O corno não desenvolvido pode expressar diferentes graus de anomalias, apresentando-se apenas como uma estrutura fibrosa ou como um segmento em variáveis estágios de diferenciação. Pode ser ou não comunicante, dispondo ou não de tecido endometrial funcionante.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 22 anos, nuligesta, procurou atendimento com queixa de dismenorreia progressiva desde a menarca. Vida sexual ativa, sem desejo gestacional. Exame físico ginecológico sem anormalidades. Caracteres sexuais secundários desenvolvidos. Propedêutica com ultrassonografia transvaginal dia 14/07/2020, evidenciado útero com corno rudimentar e ressonância nuclear magnética 29/01/2021, evidenciando útero unicorno lateralizado para a direita medindo 9,2x3,1x5,4cm, volume 80cm³ e presença de corno rudimentar à esquerda, não comunicante com a cavidade uterina, com endométrio de espessura estimada em 3,5mm, além de tecido fibroretrátil em compartimento posterior sugestivo de endometriose infiltrativa. Ausência de resposta clinica com progestagênio continuo. Submetida à videolaparoscopia no dia 31/07/2021, com exérese de corno uterino rudimentar à esquerda, salpingectomia esquerda, ureterólise esquerda, secção de ligamento uterossacro esquerdo e metroplastia. Colpotomia para retirada de peças cirúrgicas.

COMENTÁRIOS

Os achados são compatíveis com malformação mulleriana, caracterizada pela presença de útero unicorno funcional não comunicante com hematometrio, justificando os sintomas da paciente. Atualmente, o padrao ouro para diagnóstico e tratamento das malformações mullerianas é a histeroscopia e correção cirúrgica por septoplastia. No caso relatado optou-se pela correção videolaparoscopica para melhor dissecção das estruturas anatômicas, com menor morbidade per e pós operatória, no mesmo tempo cirúrgico da avaliação da endometriose pélvica evidenciada nas imagens.

PALAVRA CHAVE

Malformação mülleriana

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

NATALIA MARIA VALENZI AMORIM, LISSA ARAUJO SOARES PRADO, ISABELA FURTADO GUIOTTI, LUCAS PEDROSA LANGE, LARISSA FERNDADES DE SOUZA, HEREK DUARTE ARAUJO DA SILVA SANTANA, MARIA ROSA PEREIRA MARTINS, VIVIANE BIDODEIRO DOS SANTOS

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