Dados do Trabalho
TÍTULO
ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM AMNIORREXE PREMATURA: HÁ IMPACTO NO DESFECHO NEONATAL?
OBJETIVO
Analisar o impacto da antibioticoprofilaxia para aumento do período de latência no desfecho dos recém-nascidos de gestantes com ruptura prematura de membranas ovulares.
MÉTODOS
Estudo observacional retrospectivo analítico, que avaliou prontuários de 106 pacientes com amniorrexe prematura, internadas em enfermaria, de janeiro a dezembro de 2018. Essas gestantes foram estratificadas em idade gestacional (IG) inferior e superior a 34 semanas, com esquema completo e incompleto de antibioticoprofilaxia de latência recomendado no Manual de Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde.
RESULTADOS
Verificou-se que, para o índice de Apgar do 1° minuto, crianças cujas mães não receberam antibiótico (posto médio = 11,63) tiveram valores menores do que aquelas com uso incompleto (posto médio = 29,12) e completo (posto médio = 32,33). Para Apgar de 5° minuto, as crianças cujas mães não receberam antibiótico (posto médio = 13,96) tiveram valores menores do que aquelas com esquema incompleto (posto médio = 27,48) e completo (posto médio = 34,50). Para IG inferior a 34 semanas, Apgar de 1° minuto de crianças quando comparadas em relação ao esquema de antibiótico usado (H=15,19; gl=2; p=0,001) e Apgar de 5° minuto (H=12,03; gl= 2; p=0,002). Pelo teste Post Hoc (comparação múltipla – Games-Howell), na IG inferior a 34 semanas, para o Apgar de 1° minuto, a comparação entre os grupos de crianças cujas mães não usaram antibiótico e as de uso incompleto, resultou em p<0,001; já entre as sem uso de antibiótico e as de uso completo, obteve-se p=0,001. Porém, quando comparou-se esquema completo com incompleto, não houve diferença no Apgar (p=0,829). Para o Apgar de 5° minuto, também houve diferença, entre os grupos sem uso de antibiótico e esquema incompleto obteve-se p=0,003; e entre os grupos sem uso de antibiótico e esquema completo, p<0,001. Já entre os grupos de uso incompleto e completo, novamente, não houve diferença, p=0,019. Para IG superior a 34 semanas, não houve diferença quanto ao uso do antibiótico no Apgar (p>0,05). Assim, a antibioticoprofilaxia se apresentou como fator protetor para desfecho negativo, o óbito neonatal, (OR = 0.137; IC95%: 0.034-0.554); p=0,005).
CONCLUSÕES
Há benefício do uso de antibiótico em pacientes com amniorrexe prematura com IG inferior a 34 semanas, inclusive como fator protetor para óbito dos neonatos, contudo ressalta-se que não houve diferença entre o uso do esquema completo e incompleto.
PALAVRA CHAVE
Ruptura de membranas fetais. Antibioticoprofilaxia. Índice de Apgar.
Área
OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral
Autores
Laura Gomes Vargas, Welington Ued Naves, Wallisen Tadashi Hattori, Ana Caroline Ferreira Macedo