59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Ooforectomia profilática em paciente jovem com carcinoma ductal invasivo recidivante: um relato de caso

CONTEXTO

O câncer de mama é a causa mais frequente de morte por neoplasia em mulheres, chegando a 16 óbitos/100.000 mulheres no Brasil. Seu principal tipo, o carcinoma ductal infiltrante (CDI), raro em jovens, compreende entre 80 e 90% dos casos no Brasil. A busca por um bom prognóstico, especialmente em graus avançados, pode envolver quimioterapia, radioterapia, cirurgia oncológica ou até profilática.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Mulher, 34 anos, 2 filhos, sem história familiar de câncer de mama ou de uso de anticoncepcional oral hormonal, apresentou massa irregular de 5,5 cm em quadrante superior lateral (QSL) da mama esquerda (ME) e adenomegalia ipsilateral, com 3 linfonodos palpáveis.

Em ultrassonografia (USG) mamária, evidenciou-se nódulo hipoecoico em ME, de aproximadamente 2,6 x 2,5 x 2,0 cm, categoria BI-RADS 4, além de duas massas em nível I da cadeia ganglionar axilar homolateral. Em core biópsia, foi diagnosticado CDI grau 3, com invasão angiolinfática (IAL) e metástase pouco diferenciada em linfonodo sentinela. A imuno-histoquímica revelou HR+, HER2- e Ki-67 de 35%. Foram realizados, então, 4 ciclos de quimioterapia neoadjuvante com Doxorrubicina/Ciclofosfamida, mais 4 ciclos de Taxanos com doses dobradas.

Após conclusão das sessões, palpou-se espessamento de 2,0 cm em QSL da ME com axilas livres, foram realizados quadrantectomia e esvaziamento axilar, além de iniciado tratamento com Tamoxifeno. O laudo anatomopatológico (AP) revelou comprometimento das margens cirúrgicas e metástases em cinco linfonodos isolados, o que ensejou reabordagem para ampliação das margens. Novo AP evidenciou margens extensamente comprometidas, justificando mastectomia esquerda. Por fim, AP revelou margens livres de comprometimento neoplásico.

No retorno trimestral após a mastectomia, palpou-se plastrão com nodulação de 1,0 cm em região pericicatricial. Realizadas USG e biópsia do nódulo, revelou-se recidiva local do CDI grau 3 com IAL e infiltração da derme, optando-se, portanto, por abordagem cirúrgica com exame anatomopatológico peroperatório. Constataram-se margens livres de comprometimento neoplásico, sendo indicado seguimento com radioterapia.

Em consulta com oncologista, foi proposta ooforectomia profilática e hormonioterapia para Anastrozol.

COMENTÁRIOS

Apesar de jovem, a paciente apresenta prole estabelecida e mesmo após mastectomia e uso de Tamoxifeno, houve recidiva. Assim, justifica-se a proposta de ooforectomia profilática a fim de melhorar o prognóstico, já que se trata de tumor HR+ à imuno-histoquímica.

PALAVRA CHAVE

Carcinoma Ductal Infiltrante, Mastectomia, Ooforectomia, Recidiva

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Lucas Lyrio Vieira, Oberdan de Castro Pinto, Maria Esthér Nóra Sanches, Sarah Equer Bobbio, Gabriela Curto Cristianes Lacerda, Janine Martins Machado, Cleverson Gomes do Carmo Junior, Laís dos Santos Gueiros

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