59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Soroprevalência de toxoplasmose em puérperas atendidas em um hospital terciário de referência

OBJETIVO

Caracterizar a soroprevalência de toxoplasmose em puérperas da Enfermaria de Puerpério de Alto Risco do HCFMRP-USP; avaliar o nível de compreensão das pacientes sobre: toxoplasmose, transmissão vertical e profilaxia da toxoplasmose; conscientizar as puérperas sobre a importância dos cuidados profiláticos.

MÉTODOS

Estudo transversal epidemiológico aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HCFMRP-USP, realizado com 225 puérperas por meio de questionário, entrevista, diálogo e acesso a prontuário eletrônico. Realizada análise dos dados demográficos para avaliar a consistência e distribuição das frequências, cálculo de média e desvio padrão, considerada variável de desfecho a soronegatividade para Toxoplasma gondii e as variáveis de exposição (idade, paridade e escolaridade). As taxas de prevalência foram estimadas pela presença de anticorpos IgG reagentes para T. gondii. Para verificar as variáveis associadas ao desfecho da toxoplasmose, foi realizado o teste qui-quadrado. Para a razão de chances, foi utilizada a odds ratio (OR) como medida de associação entre a sororeatividade para o T. gondii e as variáveis pesquisadas, com intervalo de confiança 95% (IC95%) e nível de significância 5% (p<0,05).

RESULTADOS

A idade média foi de 29 anos (DP=7), em que 34,4% eram primigestas, e 27,6% cursaram até o Ensino fundamental (EF) e 60,9% até o Ensino médio. Quanto ao nível de compreensão, 32,4% nunca ouviram falar sobre toxoplasmose; dentre as que responderam já terem ouvido falar sobre a doença, no entanto, 53,3% não sabiam dizer o que ela significa. Quando questionadas sobre como a toxoplasmose é transmitida, 54,2% pacientes disseram não saber e apenas 2 (0,9%) citaram a transmissão vertical. Não foi detectada associação entre a soroprevalência quando comparada tanto com a idade (p=0,0790) quanto com a escolaridade (p=0,0557); em relação à paridade, no entanto, foi observada associação entre a primiparidade e a soronegatividade (p=0,0215). Ao se calcular a razão de risco, ser primigesta foi visto como um fator de proteção para soropositividade (OR=0,415; IC95%=0,193-0,889) e possuir apenas EF ou menos, como fator de risco (OR=2,894; IC95%=1,065-7,862).

CONCLUSÕES

Houve menor soroprevalência para toxoplasmose que em estudos prévios, porém o conhecimento acerca da infecção e sua transmissão ainda é restrito. Assim, mostram-se necessárias estratégias de amplificação da educação em saúde, visando à redução da toxoplasmose aguda materna e da transmissão vertical do Toxoplasma gondii.

PALAVRA CHAVE

Toxoplasmose materna; Toxoplasmose congênita; Soroprevalência; Profilaxia; Conscientização

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas

Autores

Juliana Fernandes Medeiros, Geraldo Duarte

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