Dados do Trabalho
TÍTULO
APLICAÇÕES E TOLERABILIDADE DA URETROCISTOSCOPIA FEMININA AMBULATORIAL EM UM SERVIÇO DE GINECOLOGIA
OBJETIVO
Este estudo tem por objetivo a avaliação observacional prospectiva da uretrocistoscopia realizada em ambiente ambulatorial em um serviço de ginecologia.
MÉTODOS
Estudo observacional prospectivo realizado com mulheres submetidas a uretrocistoscopias ambulatoriais no período de setembro de 2014 a setembro de 2020 em um ambulatório de ginecologia de um hospital terciário. Foram avaliados: indicação do exame, achados uretrocistoscópicos, volume residual, tolerabilidade (através da aplicação da Escala Visual Analógica EVA imediatamente após o procedimento), dados sociodemográficos, fatores de risco para neoplasia de trato urinário e casos de infecção urinária pós exame. As pacientes foram classificadas em três grupos conforme o nível de tolerabilidade ao exame, levando em conta a pontuação indicada por cada uma na escala EVA, sendo alta aquelas que pontuaram de 0-2, moderada de 3-7 e baixa de 8-10.
RESULTADOS
Foram avaliadas 142 pacientes, cuja média de idade encontrada foi de 58,7 anos (dp 12,0). A principal indicação para a realização de cistoscopia foi a presença de hematúria microscópica (51,4%), seguida pela incontinência urinária de urgência refratária (12,9%). O diagnóstico mais comumente encontrado foi o de uretrocistoscopia sem alterações (44,3%), seguido por trigonite leve (17,9%). Dentre as pacientes, 74,3% apresentavam comorbidades, 10% eram tabagistas, 22,1% possuíam história familiar de neoplasia, 54,3% utilizavam estrogênio tópico e 2,1% apresentaram infecção urinária após o exame. A idade média de menopausa foi de 47,86 (dp 7,39), o volume residual médio foi de 34,72 (dp 54,69) e o nos casos de hematúria como indicação o número de hemácias por campo médio foi de 4,55 (dp 5,6). O grau médio de desconforto durante realização do exame foi 4,7 (dp 2,8) na escala EVA, porém 2 pacientes não conseguiram realizar o exame por estenose do meato uretral. Do total de pacientes avaliadas, 25% classificou o exame como altamente tolerável, 53,6% como moderadamente tolerável e 19,3% como pouco tolerável.
CONCLUSÕES
A uretrocistoscopia realizada de modo ambulatorial pode ser utilizada na grande maioria das pacientes com adequado grau de tolerabilidade, o que implica em menor custo do procedimento, prevenção de riscos relacionados a anestesia geral e menor tempo de espera da paciente.
PALAVRA CHAVE
Uretrocistoscopia
Área
GINECOLOGIA - Uroginecologia
Autores
BRUNA STUMPF BÖCKMANN, LUCAS SCHREINER, NADIESSA DORNELES ALMEIDA, THAÍS GUIMARÃES DOS SANTOS