59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Câncer de mama associado à gravidez: um relato de caso

CONTEXTO

O câncer de mama é neoplasia maligna comum no mundo e a principal causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil. Existem vários subtipos, sendo relevante o carcinoma ductal invasivo (CDI), e ainda podendo ser classificados de acordo com o status imuno-histoquímico (Luminal A, Luminal B, HER2+ e Triplo Negativo). Casos em pacientes mais jovens têm maior probabilidade de estar associados a um risco familiar aumentado e a CDI triplo-negativos, tendendo ser mais agressivos e mortais. Dentro desse espectro encontramos o câncer de mama associado à gravidez, com epidemiologia semelhante às pacientes jovens não-gestantes.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Mulher, 31 anos, parda, procura o serviço de saúde após identificar, no autoexame, nódulo não menstrual na mama direita. Multípara, sem queixas de seguimento, sem história familiar de neoplasia mamária e sem uso regular de qualquer medicamento. A ultrassonografia mamária evidenciou nódulo às 2 horas na mama direita, de limites imprecisos, medindo 1,5cm x 1,4cm, a 3cm do mamilo mamário e 1,9cm da pele, classificado como BIRADS 4. A mamografia evidenciou nódulo de média densidade, com bordas irregulares, medindo aproximadamente 2cm localizadas no quadrante inferior-lateral, BIRADS 4. Após queixa de atraso menstrual, uma dosagem de HCG foi solicitada e confirmou uma gravidez de 15 semanas. Uma biópsia CORE foi realizada e identificou um tumor CDI grau 2, sem outras especificações, pT2N0, sem invasão vascular ou linfática; a imuno-histoquímica indicou um subtipo Luminal A (às custas de RE positivo, RP positivo, HER2 negativo e Ki67 <14%). Foi realizada mastectomia radical direita, sem maiores complicações. Quatro meses após a cirurgia, com 27 semanas de gestação, foi introduzida quimioterapia adjuvante semanal com Paclitaxel 80mg / m²; além de uma dose profilática de Enoxaparina. A paciente está em acompanhamento mastológico e foi encaminhada ao serviço de pré-natal de alto risco; ela tem boa tolerância à quimioterapia e investigações adicionais não mostraram complicações na mãe ou no feto.

COMENTÁRIOS

Mulheres grávidas com neoplasia mamária são situações raras, contudo consideradas como desafio médico, uma vez que toda decisão é baseada no bem-estar da mãe e do feto. O caso deve ser individualizado tendo em vista as limitações que a gestação impõe, sendo a remoção cirúrgica o tratamento principal e a quimioterapia a se ponderar pela idade gestacional.

PALAVRA CHAVE

Gravidez
Neoplasias da Mama

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Antonio Pedro de Melo Moreira Suarte , Gustavo Ribeiro Godinho de Sousa Teixeira, Lisandra Vieira da Cruz Souza, Josiane Fernandes Ferreira Rodrigues, Yasser Armad Silva Sara, Cynthia Roberta Torres de Barros, Geovanna Godinho de Sousa Teixeira

Adicione na sua agenda: AppleGoogleOffice 365OutlookOutlook.comYahoo