Dados do Trabalho
TÍTULO
Câncer de mama associado à gravidez: um relato de caso
CONTEXTO
O câncer de mama é neoplasia maligna comum no mundo e a principal causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil. Existem vários subtipos, sendo relevante o carcinoma ductal invasivo (CDI), e ainda podendo ser classificados de acordo com o status imuno-histoquímico (Luminal A, Luminal B, HER2+ e Triplo Negativo). Casos em pacientes mais jovens têm maior probabilidade de estar associados a um risco familiar aumentado e a CDI triplo-negativos, tendendo ser mais agressivos e mortais. Dentro desse espectro encontramos o câncer de mama associado à gravidez, com epidemiologia semelhante às pacientes jovens não-gestantes.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Mulher, 31 anos, parda, procura o serviço de saúde após identificar, no autoexame, nódulo não menstrual na mama direita. Multípara, sem queixas de seguimento, sem história familiar de neoplasia mamária e sem uso regular de qualquer medicamento. A ultrassonografia mamária evidenciou nódulo às 2 horas na mama direita, de limites imprecisos, medindo 1,5cm x 1,4cm, a 3cm do mamilo mamário e 1,9cm da pele, classificado como BIRADS 4. A mamografia evidenciou nódulo de média densidade, com bordas irregulares, medindo aproximadamente 2cm localizadas no quadrante inferior-lateral, BIRADS 4. Após queixa de atraso menstrual, uma dosagem de HCG foi solicitada e confirmou uma gravidez de 15 semanas. Uma biópsia CORE foi realizada e identificou um tumor CDI grau 2, sem outras especificações, pT2N0, sem invasão vascular ou linfática; a imuno-histoquímica indicou um subtipo Luminal A (às custas de RE positivo, RP positivo, HER2 negativo e Ki67 <14%). Foi realizada mastectomia radical direita, sem maiores complicações. Quatro meses após a cirurgia, com 27 semanas de gestação, foi introduzida quimioterapia adjuvante semanal com Paclitaxel 80mg / m²; além de uma dose profilática de Enoxaparina. A paciente está em acompanhamento mastológico e foi encaminhada ao serviço de pré-natal de alto risco; ela tem boa tolerância à quimioterapia e investigações adicionais não mostraram complicações na mãe ou no feto.
COMENTÁRIOS
Mulheres grávidas com neoplasia mamária são situações raras, contudo consideradas como desafio médico, uma vez que toda decisão é baseada no bem-estar da mãe e do feto. O caso deve ser individualizado tendo em vista as limitações que a gestação impõe, sendo a remoção cirúrgica o tratamento principal e a quimioterapia a se ponderar pela idade gestacional.
PALAVRA CHAVE
Gravidez
Neoplasias da Mama
Área
GINECOLOGIA - Mastologia
Autores
Antonio Pedro de Melo Moreira Suarte , Gustavo Ribeiro Godinho de Sousa Teixeira, Lisandra Vieira da Cruz Souza, Josiane Fernandes Ferreira Rodrigues, Yasser Armad Silva Sara, Cynthia Roberta Torres de Barros, Geovanna Godinho de Sousa Teixeira