Dados do Trabalho
TÍTULO
GESTAÇÃO ECTÓPICA ABDOMINAL COM NASCIMENTO DE RECÉM-NASCIDO VIVO: UM RELATO DE CASO
CONTEXTO
A gravidez abdominal é a implantação embrionária na cavidade peritoneal, exclusiva de implantações tubárias, ovarianas ou intraligamentares. Responsável por 0,6 a 4% das gestações ectópicas e 1 em 3372 a 21.439 nascidos vivos. Geralmente secundárias à ruptura tubária precoce e implantação nas superfícies peritoneais. A placenta pode se inserir à parede uterina, intestino, mesentério, fígado, baço, bexiga e ligamentos, associado a um alto índice de complicações maternas com taxa de mortalidade materna chegando a 20%.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Paciente 48 anos, parda, casada, primigesta, admitida com diagnóstico de Placenta Prévia e Miomatose Uterina. Idade gestacional de 36,4 semanas, sete consultas de pré-natal e dois exames de ultrassonografia que confirmavam os diagnósticos. Ao exame físico, altura de fundo uterino de 37cm, dinâmica uterina ausente, batimentos cardiofetais de 140bpm. Toque vaginal evitado. Na ultrassonografia, visualizava-se feto único em situação transversa, pólo cefálico à esquerda, dorso posterior, peso fetal 2980g, placenta anterior de inserção baixa, atingindo o orifício interno do colo uterino, índice de líquido amniótico 20,0 e presença de nódulo miomatoso intramural em parede anterior da região ístmica, medindo 5,9x5,0cm, doppler normal. Foram realizadas duas doses de corticóide e em seguida programada a interrupção da gestação. Paciente foi submetida a cesariana, com achado intraoperatório de gestação abdominal, inserção da placenta em parede uterina anterior externa e região anexial esquerda com a bolsa amniótica envolta por epiplon, realizado rompimento da bolsa amniótica e retirada de recém-nascido do sexo masculino, APGAR 9/10, peso 3.460g, altura 49cm, perímetro cefálico 36cm, perímetro torácico 34cm e perímetro abdominal 32,5cm, escore de capurro 37,6 semanas. Devido ao comprometimento anexial esquerdo pela inserção placentária, foi realizada Salpingectomia e Ooforectomia esquerda. Paciente e recém-nascido transferidos para alojamento conjunto, recebendo alta após 48 horas de pós-parto sem intercorrências.
COMENTÁRIOS
Resultados ultrassonográficos podem não condizer com achados transoperatórios, o manejo clínico e obstétrico no achado de gestação abdominal deve ter foco na extensão da fixação da placenta e decisão em retirar ou não a placenta, no presente caso, a placenta foi retirada, com controle do sangramento e paciente hemodinamicamente estável no pós-operatório.
PALAVRA CHAVE
Gestação Abdominal
Área
OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral
Autores
VIVIANE MARIA BEZERRA CAVALCANTI LINS, TATIANA VIANA FRAGOSO VIEIRA, DÉBORA MELO SARMENTO RODRIGUES, SARAH MARIA AIRES DE MACEDO, AMANDA SANTOS DO NASCIMENTO FERREJRA, ÁFIA REGINA DA SILVA GOUVEIA, ANA PAULA PINTO GUIMARÃES, FRANCISCO RAMOS DE BRITO