Dados do Trabalho
TÍTULO
MASTITE GRANULOMATOSA IDIOPÁTICA: UM RELATA DE CASO
CONTEXTO
Mastite granulomatosa idiopática é uma doença inflamatória crônica rara da mama de etiologia desconhecida. Ataca o tecido perilobular com reação inflamatória granulomatosa. Não há alterações vasculares associadas, afastando etiologia autoimune. Descrita por Kessler em 1972. Até o momento não foram isolados agentes etiológicos responsáveis por seu surgimento. Acomete mulheres em idade fértil com histórico de lactação até 6 anos do último parto. Ocorre em ambos os lados em 25% dos casos. Os achados de imagem podem sugerir carcinoma inflamatório. A histopatologia fornece o diagnóstico definitivo.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
CSPM, feminino, 42 anos, G2P2, último parto há 04 anos. Sem comorbidades, tabagismo ou histórico de câncer. Encaminhada ao serviço de mastologia por eritema, edema e drenagem de secreção em mama direita. Relatava uso de anti-inflamatórios, antibióticos e antifúngicos, sem melhora. Ao exame apresentava lesão hiperemiada de 10 cm de diâmetro em quadrantes súperolateral e junção dos laterais chegando até o mamilo à direita, dor à palpação, saída de secreção amarelada em ponto de flutuação e linfonodo axilar N2 móvel. Em investigação, foi realizada ecografia mamária que mostrou área hipoecogênica, heterogênea, com margens não circunscritas nos quadrantes laterais à direita. Seguiu-se a investigação com Core biopsy que evidenciou mastite crônica lobular granulomatosa com culturas negativas para Baar e fungos, sem sinais de malignidade. Fechando diagnóstico de mastite idiopática granulomatosa. Instituiu-se tratamento com corticoterapia, tendo a paciente evoluído com melhora inicial do quadro clínico. Até o fim do estudo paciente estava em vigência de tratamento.
COMENTÁRIOS
Verifica-se que esta patologia é pouco descrita na literatura, de etiologia não determinada. Sua provável origem estaria na distensão prolongada de ductos e ácinos durante a amamentação, com evolução crônica. A maioria dos casos é resistente ao tratamento, sendo imprescindível curso prolongado de medicações e seguimento da paciente. As recorrências são frequentes, nesses casos, são usados imunossupressores (metotrexate e azatioprina). A mastectomia pode ser necessária no comprometimento extenso da mama. Os achados do exame físico e de imagem são inespecíficos. O pilar diagnóstico é o exame anatomopatológico. Seguimento prolongado é fundamental para avaliar a necessidade de medidas mais intervencionistas.
PALAVRA CHAVE
Mastite granulomatosa idiopática
Área
GINECOLOGIA - Mastologia
Autores
Belkiss Sperandio de Sá, Renata Rochenbach, Vinicius dos Santos Conejo, Cibele Borges Mendonça, Rita de Cassia Borges Chapon, Mariana Araújo Matos, Sofia Coch Broetto