Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL FINANCEIRO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO SUDESTE BRASILEIRO
OBJETIVO
Descrever o perfil financeiro e epidemiológico da Sífilis Congênita no Sudeste brasileiro, entre 2018 e 2022.
MÉTODOS
Estudo ecológico descritivo, de abordagem quantitativa, realizado mediante coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS). Adotou-se como cenário o Sudeste brasileiro, com recorte temporal 2018 a 2022. Os participantes selecionados foram indivíduos portadores de Sífilis Congênita. As variáveis adotadas foram internações e óbitos segundo o recorte temporal supracitado, valores de serviços hospitalares, unidades federativas, sexo e raça/cor. A análise foi feita através de estatística descritiva simples.
RESULTADOS
As internações por Sífilis Congênita na região Sudeste entre 2018 e 2022 custaram mais de 18 milhões de reais aos cofres públicos, destacando-se a cidade de São Paulo (SP) com mais de 8 milhões de reais, representando 45,9% do total. No período analisado, foram registradas 36.360 internações por Sífilis Congênita na região. O Rio de Janeiro (RJ) foi sede de 37,9% (13.783) das internações. Os óbitos foram iguais em RJ e SP, sendo 25 em cada estado. Todas as cidades apresentaram, na maioria dos anos, números crescentes de internações e óbitos. O sexo feminino apresentou maior número de internações com 51,6% (18.789). Já o sexo masculino registrou 60% (39) dos óbitos, revelando 2,2 desfechos fatais a cada 1000 pacientes internados. Quanto à raça/cor, a parda representou a maioria das internações, com 32,5% (11.822), embora 41,9% (15.235) dos indivíduos apresentaram o registro de raça/cor ignorado.
CONCLUSÃO
Demonstrou-se o elevado e progressivo contingente das repercussões hospitalares e financeiras da Sífilis Congênita no sudeste. Consoante à literatura, mostraram-se relevantes o caráter social e a associação de fatores de risco maternos ao perfil de internações. Este estudo possui algumas limitações, como a incapacidade de elucidação do perfil epidemiológico para a raça/cor devido à lacuna de informações disponíveis, haja vista o grande número de casos considerados ignorados. No entanto, é possível salientar que a adoção de medidas de prevenção longitudinal, integral e equânime, com enfoque em cuidados no pré-natal e quanto às parcerias sexuais faz-se imprescindível neste cenário.
PALAVRAS-CHAVE
Sífilis Congênita; Epidemiologia; Desfecho; Custos Hospitalares
Área
GINECOLOGIA - Doenças Sexualmente Transmissíveis
Autores
João Matheo Condack De Oliveira, Amanda Eduarda Nitchai, Sarah Oliveira Benine, Sara Maria Soares McGill, Leonardo Pandolfi Caliman, Mateus Arakawa Pamplona, Mariana Seixas Carvalho