61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Correlação entre HPV oral e HPV cérvico-vaginal em mulheres privadas de liberdade

OBJETIVO

Descrever a relação entre HPV oral e HPV cérvico-vaginal em mulheres privadas de liberdade (MPL) no estado do Amazonas.

MÉTODOS

Tratou-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico, realizado entre MPL no Amazonas, de junho de 2019 a setembro de 2020, que apresentaram HPV detectável na região cérvico-vaginal pelo Teste Cobas® 4800 HPV. Foram incluídas 50 mulheres sexualmente ativas que realizaram a autocoleta pelo dispositivo Coari® cérvico-vaginal e apresentaram, no Teste Cobas® 4800, HPV detectável. Foram excluídas as mulheres menstruadas no momento da coleta. Todas as pacientes foram orientadas para a autocoleta na cavidade oral: sete rotações na base da língua, palato e bochecha direita e esquerda. O tamanho amostral utilizado foi baseado em uma amostra de conveniência. A análise estatística foi realizada pelo software R versão 3.5. 3 (R Core Team, 2019). Para a verificação da associação entre variáveis qualitativas, foi usado o teste exato de Fisher e o índice de Kappa para avaliar a concordância. Considerou-se o p<0,05 como limite de significância estatística.

RESULTADOS

A presença de HPV oral em mulheres com infecção por HPV cérvico-vaginal foi positiva em 12 pacientes (24%), negativa em 13 (26%) e inconclusiva em 25 (50%). Segundo a classificação do tipo de HPV com o risco de oncogenicidade, na amostra oral a prevalência de alto risco foi de 8(16%) mulheres, em que 1 (14,3%) apresentou infecção pelo HPV 16 e 7 (17,1%) por outros HPV. Para risco intermediário, 1 (2,4%) paciente apresentou infecção por outros HPV. E considerando baixo risco, 2 (7%) mulheres estavam infectadas pelo HPV 16 e 5 (12,2%) por outros HPV.

CONCLUSÃO

A prevalência de HPV oral em mulheres privadas de liberdade já previamente acometidas por HPV cérvico-genital foi de 12 (24%), sendo encontrado o HPV de alto risco em oito (16%) delas. Dessa forma, a autocoleta mostrou-se uma estratégia para o rastreio do câncer cervical, em especial para mulheres de difícil acesso ao sistema de saúde. Através da autocoleta, pode-se auxiliar no diagnóstico de lesões precursoras e de lesões malignas da cavidade oral determinadas pelo HPV, que normalmente se realiza através do exame clínico e biópsia das lesões. Diante disso, a utilização de novas técnicas, que utilizam testes moleculares com sensibilidade e especificidade elevada, aponta como importante alternativa para a redução nas taxas de mortalidade e para o rastreamento nessa topografia.

PALAVRAS-CHAVE

Autocoleta; HPV; Rastreio; Sistema carcerário

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Luana Izabela Azevedo de Carvalho , Thais Cristina Fonseca Da Silva, Alissa Giovanna Do Nascimento Coutinho, Isabel De Melo Guerreiro , Manuela Brandão Ferreira Teles, Vinicius Nascimento Vieira, Yasmin Oliveira Soares, Hilka Flávia Barra do Espírito Santo Alves Pereira