Dados do Trabalho
TÍTULO
Abordagem Diagnóstica da Telarca Precoce em Meninas: Uma Revisão Sistemática
OBJETIVO
Avaliar condutas diagnósticas em meninas com telarca precoce isolada (TP) e puberdade precoce central (PPC).
FONTE DE DADOS
A busca foi realizada nas bases PubMed, EMBASE, Cochrane, Scielo e LILACS, entre agosto e setembro de 2022, sendo os termos de indexação referentes aos descritores em inglês “girls”, “central precocious puberty”, “premature thelarche” e “diagnose”.
SELEÇÃO DE ESTUDOS
Dois revisores realizaram, independentemente, a seleção dos artigos. Foram elegíveis estudos observacionais, publicados entre 2016 e 2021, em português, inglês ou espanhol. Após a exclusão dos duplicados, 124 arquivos foram triados, sendo 19 selecionados para leitura completa e 9 incluídos nessa revisão.
COLETA E ANÁLISE DE DADOS
A organização dos arquivos selecionados deu-se através da ferramenta Excel. Os dados referentes a publicação, população e resultados foram tabulados e, posteriormente, analisados de acordo com os métodos avaliados em cada um. O projeto dessa revisão tem registro PROSPERO de número: 340308.
SÍNTESE DE DADOS
As pacientes incluídas nos estudos possuíam entre 6 meses e 8 anos de idade, sendo divididas nos grupos TP, PPC e controle, quando não apresentavam telarca. O teste de GnRH, ainda considerado padrão ouro pelos autores, foi realizado em todas as sintomáticas para confirmação diagnóstica. Pacientes com causas orgânicas que justificassem a puberdade foram excluídas. Seis estudos avaliaram o Raio-X de idade óssea (IO), de modo que identificaram superioridade significante estatisticamente na idade óssea e no índice de crescimento no grupo de PPC. Os níveis séricos basais de LH foram superiores no grupo PPC e mostraram boa sensibilidade e especificidade adotando valores superiores a 0.1UI/L como referência, enquanto os níveis urinários mostraram baixa sensibilidade e especificidade. Parâmetros obtidos por ultrassonografia pélvica foram maiores no grupo de PPC, mas não houve definição de valores de referência. A ressonância magnética de crânio para medida de volume hipofisário não teve boa acurácia. Kisspeptina, neuroquinina B e MRK3 não foram considerados bons métodos diagnósticos. IGF-1 e SHBG (p=0.007) também foram superiores nos grupos de PPC, mas não tiveram acurácia avaliada.
CONCLUSÃO
Há indício de boa acurácia dos níveis séricos de LH e radiografia para avaliação de IO para abordagem diagnóstica inicial, não havendo suporte para uso dos outros métodos nesse momento. Foi limitação dessa revisão a ausência de estudos que avaliassem esses métodos conjuntamente.
PALAVRAS-CHAVE
Puberdade Precoce; Mama; Criança; Diagnóstico diferencial
Área
GINECOLOGIA - Infância e Adolescência
Autores
Anelise Maria Nicolau Silva, Naiara Fonseca de Souza, Márcia Sacramento Cunha Machado