Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO DA LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA COM IMATINIBE NA GESTAÇÃO - UM RELATO DE CASO
CONTEXTO
A Leucemia é uma neoplasia rara, de baixa incidência na gestação, caracterizada pela proliferação desordenada de glóbulos brancos do sangue ou da medula óssea. É classificada como aguda ou crônica, linfoide ou mieloide. Seu tratamento e controle nas diferentes manifestações é um desafio durante a gestação, podendo a abordagem ser desde o aborto terapêutico no 1º trimestre, suspensão dos medicamentos até o fim da organogênese, devido ao potencial teratogênico, a controle e remissão da doença previamente a concepção possibilitando retirada temporária do tratamento até o parto, sendo isso o mais indicado. Este trabalho é um relato de caso de uma paciente com diagnóstico de Leucemia Mieloide Crônica (LMC) que engravidou um mês após o diagnóstico e início do tratamento com Inibidor da Tirosino quinase - Imatinibe.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
BPD, 24 anos, secundigesta, sem outras comorbidades ou vícios. O medicamento foi suspenso até a 16ª semana de gestação devido ao período da organogênese, quando teve retorno, com consentimento da paciente após exposto os riscos e benefícios do tratamento, uma vez que o quadro evoluiu para leucocitose em ascensão progressiva. Paciente acompanhada em pré-natal de alto risco com exames de rotina de pré-natal e ultrassonográficos sem alterações. No 3º trimestre, paciente evoluiu com quadro de vômitos incoercíveis e perda do controle hematológico sendo internada em uma Maternidade de Alto Risco de Juiz de Fora. Mantido o tratamento com Imatinibe e sintomáticos resultou-se em melhora do quadro materno e foi indicada resolução da gestação ao atingir o termo. Realizada cesariana com nascimento de RN do sexo feminino, Apgar no 1º minuto de 9 e no 5º de 10, peso 2625g, considerado adequado para a idade gestacional, testes de triagem neonatal sem alterações. Paciente evoluiu sem complicações no pós-parto, com alta em 36 horas juntamente com RN.
COMENTÁRIOS
A descoberta da LMC é incomum durante a gestação pois a idade média de diagnóstico é dos 45 aos 50 anos, é caracterizada pela presença do cromossomo Filadélfia, responsável pela produção aumentada de células granulocíticas com consequente esplenomegalia e leucometrias elevadas. Durante a gestação, aumenta o risco de insuficiência placentária podendo cursar com prematuridade, restrição do crescimento fetal. Este relato assemelha-se a outros na literatura que também demonstram um desfecho favorável para o binômio com a terapêutica adotada, entretanto mais estudos precisam ser feitos para que possa ser protocolado seu uso.
PALAVRAS-CHAVE
Leucemia; Gestação; Inibidor de Tirosina Quinase
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco
Autores
Bárbara Soares Parreira, Karen de Sá Schettino, Júlia Soares Vieira, Isadora de Oliveira Carvalho, Aléxia Sousa Guimarães, Mariana Gonçalves Ribeiro, Leonardo Pandolfi Caliman, Poline Maria Vieira Guedes