61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DE LONGA DURAÇÃO NO SUS PELAS MULHERES COM HIV DE PORTO ALEGRE

OBJETIVO

Contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs) são altamente eficazes e fazem parte da estratégia para evitar gestações indesejadas em diversos lugares no mundo. Muitos desses métodos ainda não são disponíveis nos serviços públicos de saúde no Brasil, mas o são em Porto Alegre, cidade que tem a maior taxa de gestantes com HIV e mortalidade por AIDS do país. O objetivo deste estudo é descrever o uso de LARCS em mulheres vivendo com HIV no município.

MÉTODOS

OS LARCs do estudo incluiram o Implante de Etonogestrel (Implanon) e o Sistema Intrauterino com Levonorgestrel (Mirena) que são fornecidos a mulheres com HIV pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre. Eles são financiados com recursos municipais e oferecidos pela rede de saúde do SUS, após demanda do Comitê de Transmissão Vertical e capacitação dos profissionais da saúde no uso desses métodos. O banco de dados municipal dos registros dos LARCs e da Vigilância de Gestantes HIV foram analisados do período de maio de 2016 a fevereiro de 2023. Fez-se uma análise descritiva e comparativa das características sociodemográficas e assistenciais das mulheres com HIV que inseriram pela primeira vez o Implante ou o DIU Mirena.

RESULTADOS

969 mulheres com HIV tiveram a primeira inserção no período, onde 850(88%) receberam implantes e 119(12%) DIU Mirena. A média anual foi de 152 primeiras inserções, 133 de implantes e 19 de DIU Mirena. O implante foi escolhido por mulheres mais jovens, com menor escolaridade e mais prevalente em negras quando comparadas as que escolheram o DIU Mirena. As inserções foram 87% em hospitais. A inserção de DIU ocorreu também na assistência especializada (SAE) mas não em unidade básica de saúde. No puerpério foram 19% das inserções. Comparando os dados do ano de 2022, em relação aos de 2016, houve uma diminuição de 4.971(27%) nascidos vivos em Porto Alegre e uma diminuição de 171(43%) do número de gestantes com HIV. A taxa de detecção de gestantes HIV diminuiu em 4,6 casos por 1000 nascidos vivos nesse período.

CONCLUSÃO

Aumentar o mix de métodos contraceptivos e facilitar o acesso aos LARCs às mulheres com HIV amplia a possibilidade de evitar gestações não planejadas com enorme potencial para reduzir a transmissão vertical. O DIU Mirena teve menor aceitação que o Implanon entre as mulheres com características de maior vulnerabilidade social. Há necessidade de ampliar o conhecimento das mulheres em relação aos LARCs e identificar as barreiras para aumentar a aceitabilidade do DIU Mirena nessa população.

PALAVRAS-CHAVE

HIV, contracepção, Mirena, Implanon

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Regis Kreitchmann , Lisiane Morelia Weide Acosta , Denise Loureiro Pedroso, Daila Alena Raenck da Silva, Bianca Ledur Monteiro, Luiza Bortolatto Rizzieri