61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Caracterização clínica e epidemiológica das gestações múltiplas no Brasil

OBJETIVO

O objetivo do estudo foi descrever as caraterísticas clínicas e epidemiológicas das gestações múltiplas registradas no Brasil de 2010 a 2021.

MÉTODOS

Estudo descritivo conduzido com dados secundários, não identificados, disponibilizados online pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). A seleção dos dados foi baseada na variável “tipo de gestação” caracterizada em única, dupla, tripla e mais. A análise considerou: ano de ocorrência (2010 a 2021), idade materna (10 a 49 anos), tipo de parto (vaginal, cesáreo, fórceps, ignorado), anomalia congênita (sim/não), tipo de anomalia congênita.

RESULTADOS

De 2010 a 2021 foram registrados 34.507.839 nascimentos decorrentes de gestações únicas (97,91%) e múltiplas (2,09%), no Brasil. No período, a distribuição proporcional das gestações múltiplas aumentou de 1,94% (2010) para 2,18% (2021), devido, principalmente, ao aumento das gestações duplas que passaram de 1,88% (2010) para 2,13% (2021). O incremento do número destes eventos ocorreu em mulheres de 30 e mais anos de idade. Cerca de 2,45% (17.626/719.387) das gestações múltiplas foram classificadas como tripla ou mais. A maior parte das gestações múltiplas (83,03%) foi finalizada via operação cesariana, procedimento que aumentou de 78,87% (2010) para 85,87% (2021), no grupo estudado. A anomalia congênita foi detectada em 1,19% dos bebês e os tipos mais frequentes foram malformações e deformações congênitas do aparelho osteomuscular (n=1976), seguido de malformações congênitas do aparelho circulatório (n=1252).

CONCLUSÃO

A gestação múltipla ultrapassa 2% dos nascimentos no Brasil e sua frequência está em elevação, devido, principalmente ao aumento do número de gestações duplas na população de mulheres de ≥30 anos. Além do enfrentamento de anomalias congênitas mais comuns a este tipo de gestação, é importante considerar que a condição demanda por manejo mais complexo e envolve um risco potencial para desfechos desfavoráveis, justificando o aumento de espaço e atenção na agenda política de saúde materno-infantil no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE

Gravidez Múltipla; Idade Materna; Anormalidades Congênitas.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Maria Isabel do Nascimento, Isabela Coimbra Ladeira Morais, maria clara cortat mello, Rodrigo Gonçalves de Souza, Tiago Miranda Catojo, Damurie Costa de Lira, Filipe Vieira Nascimento, Mariana Almeida de Oliveira