Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ABORTAMENTOS NO NORDESTE BRASILEIRO NOS ÚLTIMOS 5 ANOS
OBJETIVO
Analisar o perfil epidemiológico das internações hospitalares por aborto no Nordeste brasileiro durante o período de 2017 a 2021.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo ecológico, quantitativo e descritivo, baseado na consulta dos dados sobre Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pela plataforma DATASUS no período de 2017 a 2021. As variáveis analisadas foram número de internações, macrorregião nacional, UF de residência, ano de processamento, faixa etária (10 a 49 anos), raça e tipo de aborto (espontâneo; por razões médicas; outras gravidezes que terminam em aborto). Os dados ignorados foram excluídos das tabulações específicas de cada variável. Os dados coletados foram incluídos no programa Microsoft Excel para a construção de planilhas e tabelas e posterior análise descritiva.
RESULTADOS
No período analisado foram registrados 960.262 internações por abortos no Brasil, sendo o Nordeste a segunda região com o maior número de internações (317.181), das quais 55,77% (176.896) correspondem a internações por aborto espontâneo e 0,85% (2.707) casos de aborto por razões médicas. Diante disso, o Estado que apresentou o maior índice de aborto foi o da Bahia com 88.646 (27,94%) casos e o de menor índice foi o Estado de Sergipe com 12.833 (4,04%). Em 2018 foi identificado o valor mais expressivo de internações por abortamento, com 66.361 (20,92%) casos registrados. Já em 2021 houve o menor índice de internações, sendo registrados 60.096 (18,94%) casos, o qual representa uma queda de 9,44% pontos percentuais em relação ao ano de 2018. Sobre a faixa etária, 43,33% (137.466) das mulheres tinham entre 20-29 anos, ao passo que os menores índices foram registrados entre as idades de 10-14 anos, com 3.693 (1,16%) casos. Em relação à cor/raça, 54,16% (171.798) das mulheres foram declaradas como pardas, 5,34% (16.939) como brancas e 1,57% (4.994) como pretas.
CONCLUSÃO
Observou-se um decréscimo no número de internações por abortamento na região a partir do ano de 2018. Contudo, apesar das reduções refletirem, em parte, uma melhora na atenção em saúde, o número pode estar subestimado devido a ilegalidade do aborto no Brasil, salvo exceções previstas em lei. Assim, como o aborto é um problema de saúde pública, há necessidade da ampliação das politicas de planejamento familiar. Ademais, ao avaliar os dados dos estados notou-se a disparidade entre elas, assim é preciso mais estudos para investigar a gênese dessa diferença.
PALAVRAS-CHAVE
Aborto; Hospitalização; Nordeste;
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
Geicimara Emanuele da Silva Gomes, Maria Theresa Leal Galvão, Ranielly Mendes Amorim, Betina Ribeiro Greber , Valéria Maria Moreno Jacintho