61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

DISPOSITIVO INTRAUTERINO NO PÓS-PARTO IMEDIATO: A TÉCNICA DE INSERÇÃO IMPORTA?

OBJETIVO

Comparar duas técnicas de inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre no pós-parto vaginal imediato (pós-placentário): Pinça Kelly modificada versus inserção manual, avaliando os seguintes desfechos: expulsão, infecção, perfuração e dor.

MÉTODOS

Ensaio clínico randomizado, controlado, não cego, realizado em hospital-escola. Foram incluídas mulheres com parto vaginal, maiores de 18 anos, sem anemia grave e que desejavam utilizar o DIU. Foram excluídas mulheres com infecção ovular ou malformação uterina e descontinuadas casos de bolsa rota prolongada, extração manual da placenta ou hemorragia pós-parto. A amostra foi estimada em 186 mulheres (93 em cada grupo). As participantes foram avaliadas com consulta e ecografia entre 60-90 dias pós-parto. Realizamos estatística descritiva e Qui-Quadrado ou Teste t para comparação das variáveis estudadas. Utilizamos o programa Statistical Analysis System (SAS), versão 9.4.

RESULTADOS

No período entre 11/2021 e 05/2023 foram incluídas 123 mulheres, com idade média de 25,5 anos (±5,8 anos). A maioria com duas ou mais gestações (63,4%; n=78) e não desejavam nova gestação (83,2%; n=99). Após randomização 4% (n=5) foram descontinuadas por extração manual da placenta (n=2), hemorragia pós-parto (n=2) ou desejo da mulher (n=1). Das 118 inserções, 54,2% (n=64) foram alocadas no “grupo manual” e 45,8% (n=54) no “grupo pinça”. Do total, 78,9% (n=97) receberam analgesia de parto. A dor referida foi maior dentre àquelas com inserção manual (p=0,009; poder do teste 0.777), mesmo com analgesia (p=0,002; poder do teste 0,984). Das participantes que já completaram o tempo para revisão (87,8%, n=108), houve perda de seguimento de 8,3% (n=9). A taxa de expulsão completa foi de 16,9% (20/118), enquanto para 18,6% (n=22) houve expulsão parcial. A expulsão ocorreu em média 16,7 dias pós-parto (entre 1 e 44 dias). Não houve diferença entre a taxa de expulsão de acordo com a técnica (p=0,551). Entre as mulheres que expulsaram o DIU total ou parcialmente, a maioria (69%; n=29) reinseriu novo DIU na consulta puerperal. Não houve nenhum caso de infecção ou perfuração uterina.

CONCLUSÃO

Não houve diferença na taxa de expulsão entre as técnicas utilizadas. A inserção com pinça foi mais confortável, com ou sem analgesia. Não ocorreram infecção ou perfuração uterinas, portanto o DIU no pós-parto imediato mostrou-se seguro independente da técnica utilizada.

PALAVRAS-CHAVE

Dispositivo Intrauterino (DIU); Contracepção; Puerpério; DIU pós-placentário.

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Thuany Bento Herculano, Andressa Aparecida Luciano Batista, Cássia Raquel Teatin Juliato, Patrícia Moretti Rehder, Fernanda Garanhani Castro Surita