Dados do Trabalho
TÍTULO
Diferenças de gênero de estudantes de medicina na opinião sobre o uso de vídeo 360º como material de ensino em obstetrícia.
OBJETIVO
Verificar a opinião de estudantes de graduação em medicina sobre o uso do vídeo 360° na gravação da simulação da assistência obstétrica e avaliar diferenças de acordo com o gênero do participante.
MÉTODOS
Pesquisa prospectiva, com intervenção sem randomização, abordando a assistência a caso de rotura prematura de membranas. Foi elaborado um vídeo, gravado com a câmera Samsung Gear 360° no laboratório de simulação, com duração de 10 minutos, simulando o atendimento obstétrico. Foram utilizados atores e manequins para a simulação: manequim de corpo inteiro (Noelle – Gaumard) e manequim de dilatação de colo uterino. Os estudantes de graduação em medicina foram convidados a assistirem o vídeo e preencherem um questionário por formulário online, após registro do Consentimento Livre e Esclarecido. Os itens foram pontuados em escala Likert de 5 pontos (discordo plenamente a concordo plenamente). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O tamanho amostral teve como base: alfa de 0,10, beta de 0,20, diferença entre médias 0,5, com base no desvio padrão dos grupos de 0,6, o número mínimo necessário é de 19 participantes por grupo; e a análise incluiu comparação de frequências, médias e desvio padrão.
RESULTADOS
Foram convidados 80 participantes e 43 responderam ao questionário, 22 do gênero feminino e 21 do gênero masculino. Na comparação entre os grupos feminino vs. masculino, não houve diferença de idade (média 25,6 vs. 26,3, p=0,639) e quanto a cor branca (63,3% vs. 57,1%, p=0,971). Na comparação entre os grupos, feminino vs. masculino, não houve diferença entre: acesso ao vídeo pelo celular (45,5% vs. 66,7%, p=0,166); pontuação na compreensão dos diálogos (média, 4,9 vs. 4,9, p=0,683); visualização (média 4,3 vs. 4,4, p=0,804); navegação (média 4,1 vs. 4,3, p=0,343); adequação da via de disponibilização do vídeo pelo YouTube (4,7 vs. 4,9, p=0,367). O grupo masculino apresentou maior pontuação quando questionado sobre o vídeo ter aumentado o interesse pela obstetrícia (4,2 [masculino] vs. 3,7 [feminino], p=0,050) e sobre auxiliar no aprendizado (4,95 [masculino] vs. 4,5 [feminino], p=0,002).
CONCLUSÃO
Os estudantes do gênero masculino, quando comparados ao gênero feminino, relatam maior auxílio no aprendizado da rotura prematura de membranas com material preparado com vídeo 360°. Os estudantes de ambos os grupos relatam boa compreensão dos diálogos, visualização, navegação e adequada disponibilização online.
PALAVRAS-CHAVE
Vídeo 360°; Treinamento por simulação; Ensino; Obstetrícia
Área
OBSTETRÍCIA - Ensino, treinamento e avaliação de estudantes/residentes/profissionais
Autores
Eduardo Moreira Nader, Ana Beatriz Ramos Antiqueira, Roseli Mieko Yamamoto Nomura