61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Hemorragia pós-parto: prevalência e perfil sociodemográfico dos óbitos maternos nos últimos 10 anos no Brasil

OBJETIVO

Avaliar a prevalência de óbitos maternos atribuídos a hemorragia pós-parto (HPP) no Brasil entre 2011 e 2021 e descrever o perfil sociodemográfico das vítimas.

MÉTODOS

Trata-se de estudo epidemiológico observacional retrospectivo e descritivo, cujos dados foram coletados do DATASUS/TABNET. Analisou-se os registros de óbitos da Categoria CID-10 O72 (Hemorragia pós-parto) do período de janeiro de 2011 a dezembro de 2021. Em relação às variáveis socioeconômicas, selecionou-se a faixa etária, cor, escolaridade e estado civil. Sobre as circunstâncias do óbito, o local de ocorrência, período do ciclo gravídico-puerperal e a conjuntura da investigação do caso. Os dados são secundários e de domínio público, por isso a pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética.

RESULTADOS

Neste recorte temporal de 10 anos, foram notificados 1160 óbitos por HPP, com registro mínimo de 79 óbitos em 2012 e máximo de 127 em 2015. Destes, a maioria ocorreu nas regiões Sudeste e Nordeste (33,9% e 30,2%, respectivamente). A maior fração, 584 (50,34%) acometeu mulheres com idade entre 30-39 anos, por conseguinte 20-29: 357 (30,8%), 40-49: 110 (9,5%), 15-19: 104 (9%) e 10-14 anos: 5 (0,4%). Com relação à raça/cor, a maioria era parda (620-53,4%), seguidas de brancas 378 (32,6%) e pretas: 90 (7,8%). Um pouco mais da metade (50,2%) tinha pelo menos 8 anos de escolaridade. Em relação ao estado civil, 499 (43%) eram solteiras, 363 (31,3%) casadas e o restante restante estavam em situações conjugais variadas. Com relação à ocorrência do óbito, a maioria foi intrahospitalar 1077 (92,8%), seguidamente de domicílio (2,2%) e outros estabelecimentos de saúde (1%). O óbito ocorreu majoritariamente durante o puerpério (833-71,8%). A maioria foi investigado, com ficha síntese informada (1067-92%).

CONCLUSÃO

Apesar das melhorias na assistência à mulher no ciclo gravídico-puerperal no Brasil, a HPP continua sendo uma causa de morte obstétrica direta relevante, com penetrância em variados cenários sociais nesses últimos 10 anos. Tendo em vista que o hospital é o principal local dos óbitos, é necessário aperfeiçoar a formação dos profissionais com o objetivo de identificar essa intercorrência e evitar os desfechos desfavoráveis.

PALAVRAS-CHAVE

Hemorragia Pós-Parto; Período Pós-Parto; Epidemiologia;

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Karoline Machado Vieira, Lucía Alejandra Bolis Castro , Thaisy Zanatta Aumonde, Marisol Santana de Lima, Isadora Flávia de Oliveira, Verônica Canarim de Menezes, Leandro Fossati Silveira