61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

AUMENTO DE RECEPTORES HORMONAIS COMO POSSÍVEL CAUSA DE HIPERTROFIA DE COLO UTERINO

CONTEXTO

O termo hipertrófico é definido como o desenvolvimento excessivo de um órgão ou parte dele, especificamente aumento em volume sem multiplicação das partes. A hipertrofia de colo uterino é uma condição rara vista na gestação com incidência de 1 para até 15.000 partos. A etiologia não é esclarecida, porém o aumento de receptores de estrogênio e progesterona é visto em pacientes com esta condição. Antigamente, o tratamento conservador consistia em repouso na posição de Trendelenburg porém, nos dias atuais, a colocação de pessários após a redução do prolapso é recomendada, a fim de evitar edema, ulceração e ressecamento do colo do útero.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

TCF, 35 anos, G1PN1A1, IG 32+5 semanas, sem comorbidades. Encaminhada do PNRH devido a hipertrofia de colo uterino iniciado desde a 24ª semana de gestação. Em exame físico: presença de hipertrofia de colo uterino exteriorizando pelo introito vaginal com dilatação de 3 centímetros. Optado pela inserção de pessário Donut nº 5, após redução de colo uterino com boa tolerância da paciente. Dois dias após, paciente retorna relatando expulsão do pessário, não sendo tolerada uma nova colocação. Com a evolução da gestação, paciente iniciou quadro de constipação intestinal e dificuldade para urinar. Indicado cesariana com idade gestacional de 37 semanas e 4 dias. Em doze horas após o parto, já não se observava a exteriorização do colo uterino pela vagina e, com 22 dias de pós-parto, ao exame especular, o colo uterino encontrava-se de tamanho normal, sem hipertrofia ou prolapso, mesmo após manobra de valsava.

COMENTÁRIOS

Uma possível explicação é que o excesso de receptores de estrógeno e progesterona no colo uterino é responsável por causar um feedback positivo, aumentando as concentrações de esteroides sexuais. Nesse caso, a hipertrofia de colo uterino representaria um efeito de desarranjo localizado, em vez de sistêmico. Relacionado a conduta, o pessário em anel pode prevenir protrusão tecidual sem qualquer parada ou prolongamento do trabalho de parto em casos de prolapso isolado. Entretanto, no caso relatado, a cesárea foi indicada devido a hipertrofia importante do colo uterino, a fim de evitar distócia cervical, trabalho de parto prolongado e infecção uterina.

PALAVRAS-CHAVE

hipertrofia; colo uterino; receptores, pessário

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Júlia Marques Vieira , Nathalia Lacerda Eller Costa, Luiza Avila Pinheiro, Priscilla Azevedo de Moraes Castro