61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Revisão Sistemática: Prevalência de Depressão pós-parto na pandemia COVID-19 e Fatores associados

OBJETIVO

Estudar de forma sistemática a prevalência de Depressão pós-parto no mundo e fatores associados, durante a pandemia de COVID-19.

FONTE DE DADOS

Buscaram-se artigos completos em inglês com as palavras-chave: “depressão pós-parto”, “prevalência” e “COVID-19”, publicados entre 2020 e 2023, nas seguintes plataformas: PubMed, Scopus, Web of Science, Embase e BVS. O estudo foi registrado no PROSPERO, com código CRD42023392973.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

A seleção dos artigos ocorreu de maneira independente por três revisores no sistema Rayyan. Houve o levantamento inicial de 1460 artigos, restando 716 após exclusão dos duplicados, e 157 após exclusão por título e resumo. Após a leitura dos artigos completos, permaneceram 81 estudos selecionados, totalizando 53 106 pacientes. Os critérios de exclusão foram: revisões sistemáticas e relatos de caso, tamanho de amostra < 50, investigação de sintomas < 2 semanas ou > 1 ano pós-parto.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Foram coletados dados referentes à prevalência de depressão pós-parto, instrumento utilizado, nota de corte, país, momento pós-parto, tipo de estudo e fatores associados. A análise foi feita no programa SPSS 20.0.

SÍNTESE DE DADOS

A prevalência global encontrada foi 25,55%, sendo de 24,8% considerando apenas os estudos que usaram o EPDS como instrumento diagnóstico. As prevalências de acordo com o nível de corte do EPDS foram: 23,83%(EPDS<10), 40%(EPDS≥10), 36,84(EPDS≥11), 17,83%(EPDS≥12), 17,41% (EPDS≥13) e 43,17% (EPDS≥14). Geograficamente, percebeu-se maior prevalência na América Latina (33,01%), com taxas menores na Europa (29,25%), Ásia (21,82%), EUA/Canadá (21,46%), e outras regiões (18,75%). O Brasil, por sua vez, teve prevalência média de 30,79%. As taxas se elevavam com o tempo pós-parto, variando entre 16,64% (até 1 mês), 16,80% (até 3 meses), 26,75% (até 6 meses) e 31,37% (até 12 meses). Fatores de risco foram relatados em 63 artigos (41789 mulheres), na seguinte ordem decrescente de importância: infecção materna por COVID-19 (12 citações), histórico de doença psiquiátrica prévia, como depressão e ansiedade (11), falta de suporte social (10), preocupação gerada pelo COVID-19 (10), ausência de amamentação (6), prematuridade ou baixo peso ao nascer (6), isolamento social (6), baixa condição socioeconômica (6), e primiparidade (6).

CONCLUSÃO

Houve um aparente aumento da prevalência de depressão pós-parto durante a pandemia, sendo mais elevada na América Latina e cada vez maior com o tempo pós-parto. Ademais, novos fatores de risco relacionados à pandemia também puderam ser identificados.

PALAVRAS-CHAVE

depressão pós-parto; prevalência; COVID-19; pandemia; depressão

Área

OBSTETRÍCIA - Puerpério normal e patológico

Autores

Marco Aurelio Knippel Galletta, Gabriel de Almeida Estrambk, Maria Helena Istake Cantagalli, Isabela Pinto Soares Verardo, Adriana Sayuri Hashimoto, Stela Verzinhasse Peres , Rossana Pulcineli Vieira Francisco