61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise epidemiológica comparativa entre as razões de mortalidade materna do Brasil e do Rio de Janeiro pré e pós-pandemia de Covid-19

OBJETIVO

Comparar o comportamento da Razão de Mortalidade Materna (RMM) no Brasil e no estado do Rio de Janeiro (RJ) entre os anos de 2011 a 2021, a fim de observar a RMM pré e pós-pandemia de Covid-19.

MÉTODOS

Estudo epidemiológico observacional retrospectivo e descritivo, cujos dados foram coletados do DATASUS/TABNET. Os dados pesquisados foram referentes aos óbitos maternos no Rio de Janeiro e no Brasil no período de 2011 a 2021. Foram tabulados utilizando os programas Microsoft Excel e Google Docs e calculou-se a RMM, que é definida pelo nº de óbitos maternos diretos e indiretos dividido pelo nº de nascidos vivos no mesmo período x 100.000. Os dados são secundários e de domínio público, por isso a pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética.

RESULTADOS

O número de óbitos maternos registrados no Brasil entre os anos de 2011 e 2021 foi 18.662, sendo 1.978 (10,60%) no RJ. A RMM carioca, neste período, foi de (82,49), sendo essa razão 41% maior que a brasileira, que foi de (58,52). O ano de 2018 se destacou como o período de menor RMM no RJ (61,68), mas não no Brasil com (55,27). Já 2012 foi o ano em que o Brasil atingiu o menor número de RMM com (54,48), enquanto em RJ no mesmo período foi (80,77). Em todo o período do estudo até 2019, a RMM do Brasil estava se mantendo constante (entre 54,48 e 58,76), sem alterações consideráveis, porém na RMM do estado do RJ isso foi diferente, visto que apresentou diversas variações, como a redução de 2013 (80,35) para (67,10) em 2015 e o aumento de 2018 (61,68) para 2019 (74,52). Contudo, no ano de 2020 e 2021 houve um crescimento expressivo nas razões do Brasil (71,97 e 113,18, respectivamente), e no Rio de Janeiro (95,42 e 168,54, respectivamente). Logo, demonstra-se um grande aumento na RMM nacional e estadual no período da pandemia de COVID-19, com crescimento de 104,5% na brasileira e 126% na do RJ, de 2019 para 2021.

CONCLUSÃO

Os resultados demonstram que o Brasil estava apresentando constância na RMM e o RJ algumas variações até 2019, no entanto, em 2020 e 2021, possivelmente devido a pandemia de COVID-19, houve aumento expressivo, evidenciando o impacto na mortalidade materna. Nesse contexto, a realidade pós-pandemia torna ainda mais difícil atingir a meta recomendada pela OMS, para os países, que é de trinta óbitos maternos por cem mil nascidos vivos até 2030 (UNFPA, 2022). Logo, são necessários mais estudos sobre mortalidade materna, além do aumento de estratégias e ações que garantam a saúde materno-fetal a nível nacional e estadual.

PALAVRAS-CHAVE

Mortalidade Materna; Epidemiologia; COVID-19;

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Karoline Machado Vieira, Lucía Alejandra Bolis Castro, Marisol Santana de Lima, Verônica Canarim de Menezes, Isadora Flávia de Oliveira, Thaisy Zanatta Aumonde, Leandro Fossati Silveira