Dados do Trabalho
TÍTULO
MIOCARDIOPATIA PERIPARTO EM GESTAÇÃO GEMELAR: RELATO DE CASO
CONTEXTO
Cardiomiopatia periparto é uma condição rara que acomete mulheres no último trimestre de gestação ou pós-parto.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
T.R.C, 39 anos, G3P0A2, idade gestacional de 27 semanas e 3 dias, gemelar dicoriônico/diamniótico, deu entrada na maternidade no dia 07 de outubro de 2021 com quadro de tosse seca, dispneia ao repouso, ortopneia, dispneia paroxística noturna e edema em membros inferiores até a raiz da coxa com evolução nos últimos 10 dias. Paciente mantinha taquicardia e necessidade de O2 em cateter nasal, com crepitação bilateral a ausculta pulmonar. USG obstétrico do dia 08 de outubro de 2021 evidenciou gestação gemelar FETO 1 BCF: 133 bpm, PFE 1165g; Doppler de artéria umbilical sem alterações; Maior bolsão 6,5 cm; FETO 2 BCF: 149 bpm, PFE 938g; Doppler de artéria umbilical sem alterações; AUMB 0,54 Maior bolsão: 7,9 cm. Propedêutica HELLP sem alterações significativas, proteinúria negativa no EAS, troponina negativa. Paciente foi avaliada pela equipe de cardiologia sendo iniciada Furosemida, Metropolol, Monocordil e Hidralazina. Realizado ecocardiograma, que exibiu ventrículo esquerdo com dimensões aumentadas em grau moderado e hipocontratilidade difusa severa em suas paredes com índice de função sistólica reduzidas em grau importante, fração de ejeção de 29%, função sistólica do ventrículo direito preservada, hipertensão pulmonar leve. Todavia, mesmo com ajuste medicamentoso a paciente apresentou leve melhora mantendo a dispneia com necessidade de suplementação de oxigênio, taquicardia e edema importante. Por conseguinte, a equipe de obstetrícia em conjunto com as equipes de cardiologia e anestesiologia optaram por antecipar o parto. Cesárea foi realizada no dia 16 de outubro de 2021 com 28 semanas e 5 dias sob anestesia geral. Encaminhada ao CTI no pós-parto imediato. Paciente permaneceu internada mais 13 dias para compensação do quadro. Os recém-nascidos ficaram aos cuidados da UTI Neonatal devido prematuridade extrema. Paciente manteve acompanhamento cardiológico, que em 2023 evidenciaram a manutenção dos sinais de miocardiopatia dilatada, com fração de ejeção de 34%.
COMENTÁRIOS
A miocardiopatia periparto apresenta desafios diagnósticos devido à sua baixa incidência, sintomas inespecíficos e sobreposição com outras condições cardíacas. No entanto, uma abordagem clínica cuidadosa é fundamental para garantir uma intervenção precoce e melhorar os resultados maternos e fetais.
PALAVRAS-CHAVE
gestação de alto risco; miocardiopatia; gestação gemelar
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco
Autores
Bianca da Silva Gambichler, Maristela Gomes de Oliveira Neves, Otavio Augusto Gurgel Garcia, Lorena de Moraes Oliveira, Sarah Nunes Paradela