61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

"O uso do estriol em mulheres na pós-menopausa com queixa de dispareunia: ensaio clínico randomizado e controlado comparando duas vias"..

OBJETIVO

Comparar o efeito do estriol aplicado no intróito vaginal e no terço proximal da vagina em mulheres na pós-menopausa em relação a dor e a função sexual além de verificar as concentrações séricas do estriol vaginal nessas mulheres.

MÉTODOS

Estudo clínico, randomizado e controlado (CAAE 62443916.5.0000.5440, NCT03116022) foram convidadas 146 mulheres na pós-menopausa, com idades entre 40 e 65 anos, a participar deste estudo. As mulheres foram randomizadas para um dos três grupos: grupo estriol proximal (GEP), composto por mulheres utilizando estriol 1 mg/1g no terço proximal da vagina em noites alternadas; grupo estriol distal (GED), composto por mulheres utilizando estriol 1 mg/1g no intróito vaginal em noites alternadas; e grupo gel (GL), composto por mulheres utilizando gel lubrificante vaginal à base de água durante a relação sexual. Para avaliar a dor, utilizou-se o índice de função sexual feminina (IFSF). Parâmetros laboratoriais, clínicos e escores dos acompanhamentos foram coletados antes e 12 semanas após a intervenção.

RESULTADOS

Das 146 mulheres recrutadas, 92 completaram o estudo (GEP=28, GED=31 e GL=33). Os grupos foram semelhantes em relação às variáveis idade, índice de massa corporal, FSH, glicemia e TSH. Após 12 semanas de uso de estriol local observou se que na comparação intragrupos em relação a concentração sérica de estriol, houve diferença significativa no grupo GEP em relação aos grupos GED e GL (p=0,02). Na comparação intergrupo, não houve diferença significativa após a intervenção ao comparar grupos GEP E GED ao grupo GL. Em relação ao FSFI, na avaliação intragrupo houve melhora significativa da lubrificação nos grupos GEP e GED em relação ao grupo GL (GEP: 4,37±1,19;GED:4,25±1,22:GL 3,63±0,88). Na comparação intergrupo houve melhora significativa para o grupo GEP(4,37±1,19) quando comparado ao grupo GL ( 3,63±0,89) p=0,02. Em relação a a dor, na avaliação intragrupo, houve melhora significativa da dor após a intervenção nos três grupos (GEP: <0,0001; GED: <0,0001; GL: <0,0001).

CONCLUSÃO

Uso de estriol no intróito vaginal é igualmente eficaz à aplicação no terço proximal da vagina para melhorar a dispareunia secundária ao hipoestrogenismo, sendo mais eficaz quando aplicada na região profunda para melhorar a lubrificação. Não foi observado aumento na concentração sanguínea de estriol quando aplicado no intróito vaginal durante um período de 12 semanas.

PALAVRAS-CHAVE

estriol, dispareunia, menopausa

Área

GINECOLOGIA - Climatério

Autores

stany stany rodrigues de paula, lucia Alves da Silva Lara, Sergio Sérgio Henrique Pires Okano, Rui Alberto Ferriani Alberto Alberto Ferriani