61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

TENDÊNCIA TEMPORAL DAS TAXAS DE MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2014 A 2020

OBJETIVO

O presente estudo teve por objetivo analisar a tendência temporal das taxas de mortalidade materna no Brasil no período de 2014 a 2020.

MÉTODOS

Estudo observacional ecológico, com abordagem quantitativa e análise de tendência temporal, composto por mulheres na faixa etária dos 10 aos 49 anos, que foram a óbito durante o ciclo gravídico-puerperal, residentes em uma das cinco regiões brasileiras, no período de 2014 a 2020. Foram incluídos no estudo os óbitos de mulheres entre 10 a 49 anos, durante o período gestacional ou em até 42 dias após o parto, correspondente à categoria “O” do capítulo XV da CID-10. Inclui-se também tétano obstétrico (A34), transtornos mentais e comportamentais associados ao puerpério (F53), osteomalácia puerperal (M83.0), doença causada pelo HIV ( B20 a B24), bem como mola hidatiforme maligna ou invasiva (D39.2) e necrose hipofisária pós-parto (E23.0), além das não especificadas (O95). Já as categorias O96, relativas às mortes maternas tardias e a O97, ocasionada por sequela de causa obstétrica direta que ocorre um ano ou mais após o parto foram excluídas deste estudo. Os dados foram obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), sendo as variáveis descritoras do SIM: Região, Capítulo do CID, Tipo de Causa Obstétrica, Faixa Etária, raça/cor, Estado Civil, Escolaridade, Morte Gravidez/Puerpério, Local de ocorrência. As dispostas do SINASC: Região e Nascimentos por residência da mãe. Após o cálculo das taxas de mortalidade materna, as séries de taxas segundo as variáveis de interesse foram analisadas pelo programa Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) Version 18.0. [Computer program]. Chicago: SPSS Inc; 2009.

RESULTADOS

No período avaliado, foram registrados 10.478 óbitos maternos. A população, durante o período em estudo, teve maior pico entre 30 a 39 anos, com predomínio dos óbitos na etnia parda, no estado civil solteiro e com 8 a 11 anos de escolaridade. Os CID's mais prevalentes foram outras doenças maternas, eclâmpsia e hipertensão gestacional com proteinúria. As taxas de mortalidade materna apresentaram uma tendência de variação no período avaliado, mas também de aumento significativo no período de 2020. Dentre as regiões brasileiras, os maiores números de óbitos foram registrados na região norte, seguidos dos menores índices na região sul.

CONCLUSÃO

O resultado reflete a necessidade de compreender a magnitude, melhorar o monitoramento e empregar novas políticas públicas voltadas à atenção à gestante.

PALAVRAS-CHAVE

Mortalidade Materna; Tendência Temporal; Classificação Internacional de Doenças; Sistemas de Informação; Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Christine Maria Welter Velho, Tainara Karla Pereira Carvalho, Chaiana Esmeraldino Mendes Marcon, Gabriela Bicca Thiele Loch