61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Os efeitos da analgesia obstétrica com redução de depressão pós-parto: uma revisão sistemática

OBJETIVO

Investigar se a analgesia intra parto está associada a uma menor incidência de depressão pós-parto (DPP).

FONTE DE DADOS

Revisão sistematizada em março de 2023 de artigos publicados na base de dados National Library of Medicine (PubMed).

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram analisados ensaios clínicos controlados e randomizados publicados originalmente em inglês, nos últimos 10 anos, em humanos. A busca pelos descritores e termos utilizados foi efetuada mediante consulta ao Medical Subject Headings (MeSH), e os decritores utilizados: “Obstetrical Analgesia”, “Postpartum Depression” e “Labor pain”. Diante disso, foram encontrados 83 artigos e desses, 5 artigos foram selecionados para o estudo.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Foram selecionados os estudos com nulíparas, gestação única a termo e apresentação cefálica de diversas idades que receberam analgesia intra parto com ropivacaína a 0,1% associada a 0,5 μg ml −1 de sufentanil. Ademais foram excluídos estudos que abordassem outro método de analgesia intra parto.

SÍNTESE DE DADOS

A intensa dor durante o trabalho de parto pode ser considerada um fator de risco para o desenvolvimento da DPP. Dessa forma, o uso de analgesia epidural com ropivacaína a 0,1% associada a 0,5 μg ml −1 de sufentanil intra parto está relacionado a um risco reduzido de DPP. De acordo com estudos analisados, as parturientes que receberam a analgesia peridural intra parto, tiveram resultados significativos na diminuição do risco de DPP (p= 0,029), quando comparadas as gestantes que não receberam durante o período de dilatação. Além disso, em outro estudo, a DPP ocorreu em 14,0% das parturientes que receberam analgesia peridural durante o parto e em 34,6% daquelas que não receberam analgesia (p <0,001). Ademais, a pontuação da Escala de Depressão Pós Natal de Edimburgo (EPDS) foi menor em mulheres com analgesia de parto neuraxial. No entanto, apesar de estudos relatarem associação entre dor do parto e DPP, o American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) e a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos não consideram a dor do parto como um fator de risco para o desenvolvimento de DPP pelos critérios de EPSD.

CONCLUSÃO

Há associação entre a analgesia peridural intra parto com a redução do risco de DPP. Entretanto, há contradições na literatura, sendo necessário novos estudos para avaliar o impacto da analgesia peridural na ocorrência de DPP.

PALAVRAS-CHAVE

“Obstetrical Analgesia”; “Postpartum Depression”; "Labor Pain"

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Lívia Nóbrega Ribeiro , Ana Luíza Carvalho Albuquerque, Vinicius Cavalari Rinaldi, Matheus de Oliveira Perobelli , Marcela Ferro de Oliveira Faria de Moraes, Rosangela Machado Pereira Malvaccini, Gabriela Neves de Souza