61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Cannabis como alternativa terapêutica para tratamento da endometriose. Uma Revisão Sistemática.

OBJETIVO

Foi realizada uma revisão sistemática sobre o tema pelo método PRISMA com o objetivo de avaliar e sintetizar a literatura acerca da endometriose e o uso terapêutico dos derivados canabinoides nesta patologia.

FONTE DE DADOS

As bases de dados MEDLINE (PubMed), SCOPUS e BVS (SciElo) foram consultadas buscando artigos de língua portuguesa e inglesa publicados nos últimos 30 anos. Títulos e resumos foram lidos para triagem de relevância. Os critérios de inclusão foram: artigos com seres humanos publicados em jornais com revisão por pares, utilização de canabinoides para manejo da dor relacionada a endometriose ou dor pélvica em mulheres.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Obteve-se um total de 748 artigos, 277 na MEDLINE, 462 na SCOPUS e 9 na BVS. Após a remoção das duplicatas, 471 artigos foram escolhidos para leitura de título e resumo. Destes, 432 foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de elegibilidade, restando 39 artigos selecionados para leitura na íntegra nesta revisão. Destes, 4 artigos foram excluídos por reportarem somente desfechos histopatológicos. Oito artigos foram excluídos por serem do tipo revisão. Quatro artigos avaliaram o efeito da cannabis em outras patologias. Cinco artigos não tiveram cannabis como intervenção. Quatro artigos não foram disponibilizados na íntegra, mesmo após pedido aos autores. Um artigo foi excluído por estar disponível somente em Chinês. Por fim, 13 artigos foram selecionados ao final da revisão.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Dois autores (TE e LB) realizaram a busca primária entre outubro e dezembro de 2022. Na época da submissão do artigo, em junho de 2023, foi realizada uma atualização à procura de novos artigos que pudessem ter sido publicados. O software utilizado foi o Rayyan.

SÍNTESE DE DADOS

São cinco os principais estudos clínicos, sendo 2 randomizados e 3 não, que analisam a associação cannabis e endometriose. Juntos somam mais de 400 participantes, com tempo de seguimento variando de 10 dias a 9 meses e demonstram resultados animadores em relação à melhora da dor pélvica. Tais resultados são positivos tanto em relação à dismenorreia e dor pélvica crônica, quanto a dispareunia e a vida sexual, demonstrando melhora significativa com uso de PEA, sustentada por até 30 dias após o fim do tratamento.

CONCLUSÃO

Esta revisão sistemática corrobora a PEA como efetiva no tratamento de dor pélvica em pacientes com endometriose e pacientes com dispareunia profunda, com impacto na qualidade de vida e sexualidade destes. Além disso, a combinação PEA+Transpolidatina demonstrou melhor controle da dismenorreia primária.

PALAVRAS-CHAVE

Endometriose; Dor Pélvica; Cannabis; canabidiol (CBD); Delta (9)-THC

Área

GINECOLOGIA - Endometriose

Autores

Thiago Engelke, Lais Bittencourt, Diego Henrique Sobrinho, Luiz Augusto Giordano