Dados do Trabalho
TÍTULO
METILDOPA VERSUS CAPTOPRIL NO MANEJO DE HIPERTENSÃO NO PUERPÉRIO PRECOCE: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
OBJETIVO
Comparar o controle pressórico de puérperas hipertensas obtido pela manutenção pós-parto de metildopa com o alcançado pela substituição por captopril nas primeiras 48 horas de puerpério.
MÉTODOS
Trata-se de um ensaio clínico randomizado simples-cego, conduzido entre março de 2021 e novembro de 2022. Foram incluídas puérperas hipertensas que usaram metildopa na gestação com dose mínima de 750 mg/dia, por pelo menos 7 dias, e que assinaram o termo de consentimento. Excluíram-se usuárias de drogas ilícitas, mulheres que utilizavam outro anti-hipertensivo associado ou que apresentavam contraindicação ao captopril. A amostra de 150 participantes, calculada usando software R versão 3.3.2, foi aumentada para 180, prevendo-se perda de até 20%. As pacientes foram randomizadas para manutenção de metildopa (250 mg 8/8 horas) ou substituição por captopril (25 mg 8/8 horas) após o parto. Na internação, monitorou-se pressão arterial a cada 4 horas, bem como avaliou-se a ocorrência de efeitos adversos e picos hipertensivos. Definiu-se como controle pressórico a obtenção de PAS < 140 mmHg e PAD < 90 mmHg em mais de 50% das aferições em 48 horas. Na análise estatística, utilizou-se teste qui-quadrado de Pearson, teste t, Wilcoxon, Kolmogorov-Smirnov e regressão logística, atribuindo-se nível de significância de 5%.
RESULTADOS
A análise final incluiu 172 mulheres, sendo 88 do grupo metildopa e 84 do grupo captopril. A idade média das participantes foi de 30,2 ± 7,2 anos e a idade gestacional média foi de 38,1 [37,1; 39,0] semanas. Os grupos apresentaram características basais semelhantes quanto à paridade, tipo de síndrome hipertensiva, pressão arterial na admissão e parâmetros laboratoriais (plaquetas, função renal e função hepática). Não houve diferença estatística no controle da pressão arterial em 48 horas pós-parto entre os grupos metildopa (92%) e captopril (95,2%) (p=0,397). Também não se observou diferença significante (p>0,05) quanto aos efeitos adversos: tontura (14,8% vs 17,9%), hipotensão ortostática (11,4% vs 13,1%), cefaleia (8% vs 9,5%), náusea (6,8% vs 9,5%) boca seca (8% vs 4,8%) e sedação/sonolência (3,4% vs 7,1%), entre os grupos metildopa e captopril, respectivamente. Não houve pico hipertensivo em nenhuma paciente de ambos os grupos.
CONCLUSÃO
Neste estudo, manutenção de metildopa no pós-parto imediato ou substituição por captopril apresentaram resposta semelhante no controle pressórico nas primeiras 48 horas de puerpério.
PALAVRAS-CHAVE
Período Pós-Parto. Hipertensão. Metildopa. Captopril.
Área
OBSTETRÍCIA - Puerpério normal e patológico
Autores
Rossana Mariana Carvalho de Paiva Marques, Luíza Alcântara Pontes de Lemos, Ayla Nóbrega André, Fábio Antônio Serra Lima Júnior, Gabriela Tejo Bezerra Ribeiro Nogueira, Lara Monteiro Costa Araújo, Thereza Virgínea Quintans Dias, Renata de Medeiros Wanderley Gadelha