61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DOS DESFECHOS NEONATAIS CONFORME ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA EM GESTANTES COM DIABETES MELLITUS

OBJETIVO

Comparar dieta isolada e insulinoterapia, quanto aos desfechos neonatais, no tratamento de gestantes diagnosticadas com diabetes mellitus (DM).

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional transversal, de caráter qualitativo e quantitativo. A amostragem foi de conveniência, incluindo puérperas com DM durante a gestação, admitidas em uma maternidade de alto risco, entre setembro de 2021 e março de 2023. Foram excluídas mulheres com dados incompletos, sem tratamento ou em uso de hipoglicemiantes orais. Os desfechos neonatais consistiram em: via de parto; prematuridade; APGAR de 1º e 5º minutos; macrossomia; hipoglicemia; admissão em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) ou Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN); reanimação neonatal. Foi realizada análise estatística descritiva das variáveis, com verificação de associação pelos testes qui-quadrado e Kruskal-Wallis, atribuindo-se significância para valores de p<0,05.

RESULTADOS

Foram avaliadas 172 mulheres, das quais 110 realizaram tratamento exclusivo por dieta, enquanto 62 utilizaram insulina. Quanto à via de parto, 71,6% das pacientes em dieta isolada e 77,4% das gestantes em insulinoterapia realizaram parto cirúrgico, evidenciando-se elevada taxa de cesáreas em ambos, mas sem diferença estatística significativa (p=0,403). Em relação à prematuridade, 10,9% das pacientes em dieta exclusiva apresentaram recém-nascidos pré-termo (RNPT), enquanto as mulheres em uso de insulina demonstraram maior percentual (33,9%), com diferença estatisticamente significante (p=0.002). Por sua vez, a incidência de macrossomia (3,7%, em dieta isolada vs. 8,1%, em insulinoterapia; p=0.222), de hipoglicemia (15,5% vs. 22,6%; p=0.273) e a necessidade de reanimação (28,2% vs. 39,3%; p=0.134) foi similar entre os tratamentos. Considerando a admissão em UTIN/UCIN, foram observadas diferenças significativas entre dieta exclusiva e insulinoterapia (12,7% vs. 27,9%; p=0.014). Por fim, em relação ao APGAR, no 1° minuto, as diferenças não alcançaram relevância estatística (p=0.076), porém, no 5° minuto, os valores foram significativamente maiores no grupo de dieta exclusiva (p=0.024).

CONCLUSÃO

Em geral, diferentes estratégias terapêuticas em gestantes com DM não apresentaram divergência de desfechos neonatais. Entretanto, mulheres que realizaram dieta exclusiva demonstraram menor risco de prematuridade e admissão em UTIN/UCIN, além de maior APGAR de 5° minuto, sugerindo relação entre complexidade terapêutica e eventos adversos neonatais.

PALAVRAS-CHAVE

Diabetes Gestacional; Gravidez em Diabéticas; Gravidez de Alto Risco.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Maria Paula Vinagre Dias, Luíza Alcântara Pontes de Lemos, Kamilla Azevedo Bringel, Victória Rachel Silva de Sales, Ayla Nóbrega André, Iasmin Nunes Duarte, Clarissa Queiroz Bezerra de Araújo, Sabina Bastos Maia