61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DO IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO RASTREIO E MORTALIDADE POR CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL

OBJETIVO

Identificar o impacto que a pandemia da Covid-19 teve sobre a coleta de exames preventivos de câncer de colo de útero no Brasil e analisar o número de óbitos por neoplasia maligna do colo do útero durante o mesmo período

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transverso e retrospectivo, realizado a partir da plataforma de divulgação pública do Sistema Único de Saúde DATASUS (Brasil), na aba “Sistema de Informação do Câncer” e “Morbidade Hospitalar do SUS”.As análises se desdobraram sobre o número de coletas de exames citopatológicos do colo do útero e de óbitos por neoplasia maligna de colo uterino, utilizando as variáveis de : motivo do exame e ano de competência. Os dados coletados correspondem ao período compreendido entre os anos de 2017 e 2022, com o intuito de comparar três anos anteriores e posteriores ao início da pandemia do covid-19.Devido a utilização de dados de domínio público, esse estudo é isento de análise pelo Comitê de Ética em Pesquisa

RESULTADOS

Constatou-se que no Brasil, entre os anos de 2017 a 2022, foram realizados 34.657.645 exames de citopatologiado colo uterino para rastreamento. No período de três anos pré-pandemia 2017-2019 houve coleta de 18.320.751 (52,9 %).No período após o início da pandemia 2020-2022, foram realizados 16.336.894 (47,1 %).Em 2020, percebeu-se uma redução significativa no número de exames citopatológicos colhidos em todos os meses (3.637.404), quando comparados aos exames colhidos em 2019 (6.392.908), com uma redução de 56,8%. O número de óbitos registrados por neoplasia maligna de câncer de colo de útero foi de 15.937 entre 2017 e 2022. Entre os anos de 2017 e 2019 o número de óbitos foi de 7.878 (49,43%) e entre os anos de 2020 e 2022 o número de óbitos foi de 8.059 (50,57%)

CONCLUSÃO

Com a declaração da pandemia de Covid-19 em março de 2020em todo o território nacional, houve uma redução de ações de prevenção do câncer de colo de útero, consequentemente de oportunidades de rastreio de lesões precursoras ou relacionadas ao câncer de colo de útero.Apesar de uma queda no número de coletas de exames no ano de 2020, houve uma recuperação nos dois anos seguintes e essa diminuição não alterou estatisticamente o número de óbitos, no curto período analisado.O presente estudo poderá contribuir para o entendimento de possíveis desafios que enfrentaremos no período pós pandemia

PALAVRAS-CHAVE

Teste de Papanicolaou; Covid-19; Neoplasias do Colo do Útero

Área

GINECOLOGIA - Atenção Primária

Autores

Thamires Oliveira Santos, João Alfredo Seixas, Yara Lúcia Mendes Furtado Melo, Gutemberg Leão Almeida Filho