Dados do Trabalho
TÍTULO
Mortalidade Materna na Amazônia Ocidental: Uma Análise dos Dados do DATASUS entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021
OBJETIVO
A mortalidade materna é um indicador indispensável para avaliar a qualidade dos serviços de saúde. Em regiões que apresentam dificuldades geográficas e socias como a Amazônia Ocidental (composta por Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima), a análise desses indicadores se torna ainda mais necessária. Este artigo tem como objetivo analisar os dados do DATASUS entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, a fim de compreender a situação da mortalidade materna na região durante esse período.
MÉTODOS
Estudo descritivo, transversal, qualitativo, de base epidemiológica, usando de base dados obtidos da plataforma SISCAN-DATASUS para o período de janeiro de 2020 e dezembro de 2021 da região da Amazonia Ocidental. Foi analisada a categoria CID-10 associada ao óbito. Esse estudo está amparado pela resolução 510/2016 da Lei 12.527/2011.
RESULTADOS
Foram registrados 335 óbitos maternos na Amazonia Ocidental entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. No Amazonas foram registrados 59.4% dos óbitos (n=199), sendo 47% (n=94) por doença infecto parasitária materna (O98); 13.5% (n=27) por causas relacionadas ao descontrole pressórico na gestação (O10, O14, O15, O16); 6% (n=12) ocorreram por hemorragia pós-parto (O72). No Acre, ocorreram 5.97% (n=20) dos casos, sendo 45% (n=9) ocasionadas por doenças infecto-parasitárias (O98), hipertensão gestacional (o14) e hemorragia pós-parto (O72) apresentaram 5% (n=1) e 10% (n=2) dos casos respectivamente. Roraima apresentou 16.71% dos casos (n=56), sendo 60.7% (n=34) por doença infecto-parasitária (O98), 5.3% (n=3) por hemorragia pós-parto (O72) e também por descontroles pressóricos (O14 e O15). Em Rondonia ocorreram 17.9% (n= 60) dos casos, sendo 65% (n=39) por doenças infecto-parasitárias (O98), 3.3% (n=2) por hemorragia (O72) e também por descontroles pressóricos (O10 e O15).
CONCLUSÃO
De acordo com os dados analisados, podemos concluir que a pricipal causa de óbito na região ocorre por doenças infecto-parasitárias, seguido de causas hemorrágicas e hipertensivas. Essas causas frequentemente são associadas a falta de acesso a serviços de qualidade. É necessário fortalecer a rede de atenção primária e melhorar o acesso a serviços especialidados quando necessário. Além disso, é necessário o incentivo a contracepção de longa duração para evitar gestações não desejadas. A redução da mortalidade materna requer uma abordagem multidimensional, que englobe melhorias na infraestrutura, capacitação profissional e principalmente melhoria do acesso a seviços de qualidade.
PALAVRAS-CHAVE
Mortalidade materna; Amazônia Ocidental; índices
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
Rebeca Alecrim Bessa, Patricia Leite Brito, Mariana Guimarâes de Oliveira Castro, Gabriela Furlanette, Jessica Couto dos Anjos