Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise de 1258 achados de histeroscopia ambulatorial comparados aos resultados ultrassonográficos.
OBJETIVO
Analisar a frequência de distúrbios intrauterinos como pólipos endometriais e leiomiomas uterinos, registrados em laudos de histeroscopia, comparando com resultados ultrassonográficos sugestivos ou não da anomalia uterina encontrada.
MÉTODOS
Estudo transversal realizado por meio da observação de laudos de histeroscopia realizados anteriormente no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, entre 2017 e 2022. Foram coletadas as características clínicas das pacientes, bem como o motivo que os levou a serem encaminhados. Os dados da histeroscopia propriamente dita foram analisados, sendo realizada correlação com os resultados de exames ultrassonográficos prévios.
RESULTADOS
Foram coletados 1.258 prontuários de histeroscopias ambulatoriais. Dentre as mulheres avaliadas, 216 (17,2%) foram encaminhadas por imagem suspeita de pólipos endometriais à ultrassonografia, 23 (1,8%) por imagem suspeita de pólipos endocervicais, 89 (7,1%) por suspeita de leiomioma uterino, 39 (3,1%) por espessamento endometrial no menacme e 347 (27,6%) devido ao espessamento endometrial pós-menopausa. Entre as pacientes que trouxeram exame ultrassonográfico com laudo indicando suspeita de pólipo endometrial ou espessamento endometrial pós-menopausa, a histeroscopia não mostrou correlação estatística entre os dois achados e a presença de pólipo endometrial na cavidade uterina (p=0,077 e p=0,5181 respectivamente). Além disso, não foi encontrada correlação entre os casos de suspeita de imagem para miomas uterinos e histeroscopia positiva (p=0,783). A porcentagem de pólipos endometriais foi maior (57,8%) no grupo de pacientes com espessura endometrial acima de 16 mm, em comparação ao grupo de 4 a 10 mm (50,5%) e ao grupo de 10 a 16 mm (48,7%). Por outro lado, a estatística mostrou que quanto maior o valor da espessura endometrial encontrado na ultrassonografia, maior a probabilidade de a paciente apresentar espessamento endometrial difuso à histeroscopia (p<0,0001). Entre as pacientes que tiveram exame anatomopatológico positivo para malignidade, a maioria (75%) foi encaminhada por sangramento na pós-menopausa.
CONCLUSÃO
Os achados deste estudo reforçam o fato de que a histeroscopia ambulatorial é uma ferramenta necessária para complementar a ultrassonografia no estudo das patologias endometriais, a fim de melhorar sua acurácia.
PALAVRAS-CHAVE
Histeroscopia; Pólipo; Ginecologia
Área
GINECOLOGIA - Endoscopia Ginecológica
Autores
Marina Martinelli Sonnenfeld, Thomas Moscovitz, Gabriela de Nardi Almeida, Mariana Farias Volpi, Alexia Asquini, Marcos Tcherniakovsky, César Eduardo Fernandes