Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise retrospectiva de 26 casos de câncer de vulva diagnosticados em serviço terciário do estado de São Paulo
OBJETIVO
Avaliar dados epidemiológicos dos 26 casos de câncer de vulva dos últimos cinco anos (2018 a 2022) em um hospital de referência da zona leste de São Paulo.
MÉTODOS
Estudo retrospectivo e quantitativo dos casos de câncer de vulva em um hospital de referência da zona leste de São Paulo. Inclusos todos os casos de neoplasia maligna de vulva diagnosticados e tratados de janeiro de 2018 a dezembro de 2022 no serviço estudado. Excluídos casos que não confirmaram neoplasia invasora de vulva em anatomopatológico, casos diagnosticados antes de 2012 e casos tratados em outros serviços que apenas realizaram adjuvância no hospital de estudo. Foram estudadas as variáveis: idade ao diagnóstico, tabagismo, paridade, tipo histológico, estadiamento, realização de quimioterapia e radioterapia adjuvante ou neoadjuvante e tempo de sobrevida.
RESULTADOS
No presente estudo, encontrou-se uma média de idade ao diagnóstico de 66 anos. Notou-se que 66,7% delas eram multíparas e apenas 11,5% nulíparas. A maioria das pacientes diagnosticadas não eram tabagistas (57,7%). O tipo histológico mais comum identificado foi o carcinoma espinocelular, totalizando 92,3% dos casos. O outro subtipo encontrado foi o melanoma maligno, em apenas 2 casos (7,7%). O estadiamento ficou assim distribuído: I 19,2%;II 3,8% ; III 30,7% ; IV 42,3% . Como neoadjuvância para tratamento, 19,2% das acometidas realizaram quimioterapia associada à radioterapia. Das pacientes submetidas a cirurgia, 42,3% necessitam de adjuvância com quimioterapia e radioterapia. A taxa de óbito foi de 61,5% (16 casos) e o tempo médio de sobrevida das pacientes incluídas neste estudo foi de 28 meses.
CONCLUSÃO
O câncer de vulva é uma afecção incomum, correspondendo de 5 a 8% dos cânceres ginecológicos, contudo apresenta grande relevância devido sua elevada morbimortalidade. O presente estudo encontrou uma média de idade de diagnóstico condizente com a literatura, que considera uma doença predominante em mulheres pós menopausadas acima de 60 anos. O subtipo mais comum relatado mundialmente também é o carcinoma espinocelular e o tratamento preconizado depende do estadiamento (status linfonodal e tamanho da lesão), mas predominantemente mantém-se cirúrgico. A vulvectomia radical com linfadenectomia inguinal bilateral é a cirurgia padrão. O estadiamento avançado ao diagnóstico relacionado a idade do grupo acometido e suas comorbidades justifica a elevada taxa de tratamento neoadjuvante, recidiva e alta mortalidade encontrada em nossa casuística.
PALAVRAS-CHAVE
Neoplasias vulvares, ginecologia; epidemiologia
Área
GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica
Autores
Marina Gabriele Mendes Barbosa, Julia Ayres da Motta Teodoro, Thais Gomes de Almeida, Giovanna Kobayashi do Carmo, Pedro Lucas Pinheiro Mello, Carla Baltazar de Sousa, Júlia de Avila Rinaldi