61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Assistência obstétrica à mulher privada de liberdade

OBJETIVO

Analisar a literatura sobre atenção obstétrica às mulheres privadas de liberdade, visando responder à questão “como é a atenção obstétrica à mulher privada de liberdade?”

FONTE DE DADOS

Busca de artigos qualitativos nas bases de dados BVS, Lilacs e Medline.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Selecionados 6 artigos a partir de 3 combinações de descritores com o booleano AND. Combinações: 1. Gravidez AND Prisioneiros AND Mulheres; 2. Direitos da mulher AND Prisioneiros AND Mulher; e 3. Maternidade AND Prisioneiros AND Mulher. Filtros: 2018-2023, artigos qualitativos e inglês e português.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Incialmente, foram encontrados 13 artigos, sendo eliminados os que tangenciam ao tema. Após isso, a leitura na íntegra de 6 artigos.

SÍNTESE DE DADOS

Há aumento de mulheres encarceradas devido a mudanças na política e prática da justiça criminal, estando a maioria relacionadas às drogas. Assim, há sobrecarga do sistema de saúde prisional. A maioria das mães prisioneiras avaliadas relatam problemas como dificuldade na visita e ligação telefônica. Para as com bebês, há falta de privacidade. Outro desafio é a amamentação, pois mulheres de grupos minoritários e que enfrentaram eventos adversos, como o cárcere, amamentam menos. Apesar de os Estados Unidos terem adotado programas que permitem a permanência com o bebê por 12-36 meses, há escassez de informação, de suporte social e o uso de drogas é frequente. Por outro lado, há preocupação materna pelo fato da prisão ser um local inadequado. Outrossim, a relação com trabalhadores penitenciários é problemática, em razão da falta de respeito, de privacidade e desumanização no tratamento. Por fim, o uso de algemas em grávidas, no parto e pós-parto, não é recomendado pela Association of Women’s Health, Obstetric and Neonatal Nurses desde 2011, no estudo, a maioria dos enfermeiros entrevistados não sabiam acerca desse posicionamento. Destarte, a falta de rede de apoio pós-liberdade é um desafio na maternidade dessas mulheres.

CONCLUSÃO

É essencial que seja entendido o papel da mulher como cuidadora primária, considerando que o direito à Atenção Obstétrica deve ser preservado, bem como o cuidado e a garantia dos direitos de seus filhos. Há um grande desafio no estudo desse tema devido à escassez de artigos, especialmente de brasileiros, além da difícil sistematização dos sentimentos enfrentados por esse grupo.

PALAVRAS-CHAVE

Gravidez; prisioneiras; mulher.

Área

OBSTETRÍCIA - Atenção Primária

Autores

Ana Luiza Dias Arruda da Silva Sousa, Isadora Pereira Brito, Michel Adão de Oliveira Fernandes, Etiene de Fátima Galvão Araújo